quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Borboletra

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Numa crisálida
Metamorfose
[em versos

Pupa em cores
Rompe o casulo
[íntimo reverso

Trêmulo segundo
Silêncio profundo
[explora uni_verso

Irrompe o mundo
Cata-vento
Inverso tempo
Pólen semeado
Amores roubados
Flores grávidas

Sem asas
Áridos dias
Sonhos-palavras
Úmidas agonias
Morte destinada
De doces alegorias

Descobre em seu vôo
As dores do mundo
A vil solidão
Efêmera, alada
Jaz concebendo
Sua doce ilusão
.................uma
....................d
...................o
....................c
.....................e
....................i
.....................l
.....................u
....................s
..................ã
..................o


Lou Vilela / Theresa Russo
30/10/08
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4 comentários:

Adrianna Coelho disse...


e eu vivo assim de amores
de abstrações e de flores
num indelével poema...

que me pousa
borboletra!

Marcelo Novaes disse...

Olá, Theresa e Lou.

Um bom trabalho a quatro mãos ( modo de dizer, porque cada qual escreve com uma só...) e duas cabeças...
Temos, aqui, uma voz subjacente/ "lateral" que contextualiza e ressignifica o desabrochar em meta-desabrochar. É a própria poesia que se "espreguiça" no espaço onde se aninha. Até dançar, ondulando,em frente aos nossos olhos...



Beijos às duas,






Marcelo.

Ricardo Soares disse...

Enquanto eu dormia
A chuva caía
Os barrancos despencavam
E as luzes dos morros indicavam
Que nessa estranha geografia
Dormir é morrer aos pouquinhos

Enquanto eu dormia
Um tempo arrevesado se extraiu
Do tempo de sono que perdi
E esse tempo inexato desbarrancava
Dentro do conceito de tempo que eu reinventava

Ricardo Soares

Lou Vilela disse...

Pav, Marcelo e Ricardo,

E mais borboletras rompem o casulo e exibem suas belas asas. Abçs a todos!