quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Das escolhas


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Sob pressão, ainda na fase de questionamentos, a terra é arada e semeada na busca da manutenção de uma cultura de subsistência. Após anos, alguns se mantêm cultivando tal qual o início, independentemente de realizações. Outros, ainda que em terra infértil, aprendem a fazer de sua labuta um estado onírico. Poucos, a partir das adversidades, arriscam-se a alternar o plantio; sem garantias, as escolhas serão produtos da agudeza do pensar e do sentir! 

Lou Vilela
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2 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Estás filosofando, enquanto poetas...

Eis o trabalho pelo seu valor intrínseco, de acreditar no empenho EM SI MESMO...

Pensemos no "fracasso correto" de Van Gogh, pintando seus quadros, a despeito de seu "insucesso". Isso se aplica em arte, também. E perdemos o "Éden" quando supomos que os frutos EVENTUAIS sejam mais importantes do que os trabalhos que lhes garantam e lhes PRECEDEM. Quando queremos os frutos "sem trabalho", também perdemos esse foco. O fruto "mágico", ou roubado, é perda séria de foco ( expulsão do Éden, ou da imersão na tarefa sagrada/ sacro-ofício). O que se chama, com certa banalidade , de "esperança", também tem a ver com isso. Mas é mais "consciência de missão", e do "valor intrínseco do que se faz". Que, então, se possa descobrir o prazer intrínseco DE ARAR, AO ARAR( ou ao de produzir arte, pintar, fazer teatro, conjecturar, orar...),EM SI MESMO, E POR SI MESMO. A despeito dos resultados. Quem ora bem, já colhe os frutos do "estado de oração" que lhe advém, por exemplo...Fica envolto em ambiência bem-orada, bem conjurada. Uma ambiência outra.
No es vero?! Seu texto, "Das Escolhas", também propicia esse vértice de leitura. (Vc levanta a bola na rede, e não imagina que eu vá deixar de cortar, né?! Seus textos - muitos deles - são reflexões filosóficas encapsuladas em poesia...)




Beijos,





Marcelo.

Lou Vilela disse...

Bem observado, Marcelo! Por vezes, mais entrelinhas do que linhas; a provocação que remete ao processo dialético. :) Abçs, meu amigo!