domingo, 13 de setembro de 2009

Rasif


Imagem pertencente aos arquivos da UFRPE



Arrebenta em minhas coxas tua ira
Lambe-me em espumas prateadas
Soube-te cárcere menina
Desde cedo arrebatada.


Tua essência miscigenada
Teus batuques apogeu
Tua história flamulada
Sonhos em braços de Morpheu.


Singram-te os cantadores
Violas apaixonadas
Sabem-te Veneza Brasileira
Homens de verbo e de enxada.


Oh! Rasif querido
Razão destes versos dedicados
Abraça-me até que naufrague
De amor em tuas águas.



Lou Vilela




* Rasif : origem árabe do nome Recife.

** O título homenageia Recife e faz inferência ao livro Rasif: Mar que arrebenta, do pernambucano ganhador do prêmio Jabuti 2006 Marcelino Freire.




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Este poema foi publicado no blog de "Ernâni Motta".


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22 comentários:

nina rizzi disse...

lou, eu sou caidinha pelo recife. há dois anos, quando saí de sp, minha ideia era ir praí, terra de dar bandeiras, mas infelizmente não deu: não tinha quem nos acolher (eu e a menina que então tinha 1 ano), então vim pra fortaleza-bela. mas um dia, eu juro, eu baixo aí.

lindos teus versos, visse. lindos como a mauritstad dos armadores das índias ocidentais. como o recife velho, rua da aurora e rua do sol e... capiberibe, capiraribe...

um beijo :)

Adriana Godoy disse...

Lou, que poema mais belo, como o Recife.
"Abraça-me até que naufrague
De amor em tuas águas." Esse arremate arrebata, beijo.

Anônimo disse...

Certa vez passei um mês entre Olinda e Recife. Não queria mais vir embora, mas precisei retornar. A homenagem ficou ótima.

esmaques!

Marisete Zanon

Adriana Riess Karnal disse...

sonho em ir pra aí...é linda...e merece versos só pra ele.Beleza,Lou

BAR DO BARDO disse...

bom exercício, cara

ah, eu amo o chico science para sempre

beijo, lou

Ernâni Motta disse...

Lou,

Morei no Recife, por quatro anos, e aprendi a amar essa cidade encantadora. O poema é belo e me ensinou a origem da palavra Recife, que eu não conhecia.
Na sexta-feira, republicarei no blog, pode ser?
Beijos.

Lou Vilela disse...

Vamos por partes (rsrs):

Ninoca,

Sou do RN, mas vivo em Recife desde os 3 anos de idade ;). Amo esta terra!

E se um dia resolver optar por Recife, creio que não irá se arrepender.

Beijos

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Dri, o Recife é belo sim. Já o poema, fica por conta dos olhares. rs

Bjkas

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Marisete,

Infelizmente, nem sempre conseguimos conciliar desejo e necessidade, não é mesmo? :(

Beijão

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Dri Karnal,

Não deixe de realizar esse sonho. Vale à pena!

beijos

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Henrique,

Bom gosto o seu! ;)

Bjs

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Ernani,

Esta cidade cativa mesmo! ;)

Quanto à origem do nome, é o seguinte: de acordo com pesquisas o nome “Recife” vem de “Arrecife”. Ambos os nomes vêm do árabe: “Rasif” e “Arrasif”. Já a origem do nome Pernambuco é controversa, no entanto, uma das mais aceitas é que o nome tenha originado do tupi Paranã-Puca, que significa "onde o mar se arrebenta".

E "last but not least", pode republicar o poema sim. Para mim será uma honra!

Abraços

guru martins disse...

...versos bem estruturados
e muito bem dedicados...

bj

Úrsula Avner disse...

Oi Lou, poema lindo e bem versejado com ricas metáforas como vc sabe bem utilizar. Liguagem poética admirável ! Adoro Recife... Estive lá há cerca de 20 anos atrás e amei ! Obrigada pelo carinho em meus espaços poéticos. Bj.

nydia bonetti disse...

Como é bom cantar nossa terra...

Que beleza Lou.

Beijos.

o refúgio disse...

Belo homenagem, Lou.
E essa foto tá linda demais!
Amo Recife!
Beijos.
Ah, gostei de saber da origem moura da palavra Recife: Rasif

Graça Pires disse...

O Recife como pretexto para mais um belo poema.
Um beijo.

Moacy Cirne disse...

Palavras e imagem que se completam no mesmo espaço poético. Mas não nos esqueçamos da Recífiles anunciada por Jomard Muniz de Britto desde os anos 60.

Lou Vilela disse...

Guru,

Agradeço pelo gentil comentário!

Beijos

Lou Vilela disse...

Úrsula,

Sou eu que agradeço, Úrsula!

Beijos

Lou Vilela disse...

Sim, é uma delícia Nydia! ;)

Beijão

Lou Vilela disse...

Sandra,

Obrigada pela visita! Bem vinda ao Nudez Poética!

Abraços, minha cara!

Lou Vilela disse...

Pretexto, força motriz e motocontínuo, Graça. rsrs

Beijos

Lou Vilela disse...

Moacy,

Outro dia li um texto do Biu Vicente (Severino Vicente da Silva, Professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de História) que dizia o seguinte:

"...a geração do meio, a minha, percebeu lentamente a queda da ficha. Chico Science inventava novas maneiras de ver o Recife e Pernambuco: sem nostalgias das tradições e sem as desilusões pós-modernas. Era a alegria, que cantava a seu modo, anuciando, sem medo, que é bonito ser feliz, apesar das misérias.
Chico tinha a ciência de que não vale a pena chorar quando se tem tanta vida para viver e criar."

Eu prefiro olhar por aí, meu caro. ;)

Beijão

Anônimo disse...

Fui seguindo os sinais e, com passos Severinos, vim desbocar no Capibaribe, que hoje somo ao Tejo, a me correrem misturados nas veias.

Feliz por saber de olhos que se voltam ao Ser-tão...

E que a força de ser pernambucanamente brasileira, que se faz sentir nesse poema miscigenado de belezas tantas, emane por sentimentos além-mar-adentro.

Obrigada.

E parabéns pelos textos.

Katyuscia.

Lou Vilela disse...

Katyuscia,

Agradeço pelo comentário encantador! ;)

Abraços,
Lou

Lou Vilela disse...

Prezado Moacy,

Na postagem mais recente (14/10), a partir de uma interação com o Miró, mostro a outra face da moeda. ;)

Beijos