domingo, 28 de fevereiro de 2010

A favor do vento


Trago nas unhas terra vermelha
de (en)costas nuas.
Quiçá, pontos de interrogação -
clarividência escassa frente à multidão
(de sentidos).

Trago, ainda, uma mala:
cheiros, sabores, solas gastas;
algumas ilusões fanadas,
lentes de madrigais.

Deixo lençóis de cambraia rendada,
as certezas todas amassadas,
bilhete em letras garrafais:

Seguirei os ponteiros da aurora -
vou a favor do vento, no tempo
de irrigar ser.tão.


Lou Vilela


.

11 comentários:

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Ser.tão irrigado possa vir-a-ser... ser-mais [não ser-mões] :)

Cristal de uma mulher disse...

Lindo amiga viajei nas palavras sem rumo e sem vontade de voltar.
Beijos e um lindo fim de semana

Unknown disse...

Vou seguir o bilhete, os ponteiros da aurora e tudo o que ordena a tua poesia. abraço encantado

BAR DO BARDO disse...

Delicada(o) - forte, porém...

Talita Prates disse...

repleto de sentidos (multidão)
: sensuais!

gostei muito, Lou.

Um bjo.

Talita
História da...

Anônimo disse...

Quando eu tiver um por cento dessa sua profundidade poética, to feliz =).

Lindo demais, Lou!

Beijos!

Moacy Cirne disse...

A favor da poesia.
A favor da palavra.

Yn beijo.

Adriana Godoy disse...

Lindo, intenso, mágico. Bj

Poétesse disse...

Por aqui tudo segue tão perfeito!
Os seus poemas fortes afiam-me sentidos e arromba a minha mente! Mesmo antes de sair da sua Nudez Poética já sentimos a vontade de voltar!

Lou Vilela disse...

Meus caros, não tenho conseguido responder a todos, mas é sempre um prazer ler as diversas considerações aqui deixadas.

Um grande abraço!

Luiza Maciel Nogueira disse...

irrigar o verso, o broto que sai da semente da palavra.

lindo demais!

beijos!