sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Impera dor


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O prato negado aumentou sua fome
: do lixo, fez-se o homem.

Negro, pobre, determinado
driblou por instantes
destino fadado.

Breve filme!

Na morte do Imperador
mãe veste branco jaleco
- jaz o filho "doutor".


Lou Vilela


  
* Alcides do Nascimento Lins (codinome Imperador), de 22 anos, ganhou a mídia nacional. O estudante nasceu em uma comunidade pobre e fazia o curso de biomedicina da UFPE. Filho de uma catadora de lixo, ficou famoso ao tirar o primeiro lugar entre os alunos da rede pública no vestibular 2007 da UFPE. O jovem foi baleado na cabeça em frente a casa onde morava e não resistiu aos ferimentos. Para assistir a reportagem, clique aqui.

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8 comentários:

Unknown disse...

Essa história é muito cruel. Uma estrela que deixou de brilhar. Abraço.

Anônimo disse...

E a vida que saiu do lixo é novamente transformada em condição de lixo por nós.

Vidas descartáveis...

Uma indignação.

Poétesse disse...

Gosto muito da sua poesia curta, de palavras bem pesadas e concisas, é uma explosão potentíssima de sentimentos e sentidos no núcleo de cada poema!
Bravo!!

Sueli Maia (Mai) disse...

Cruel. Naquele dia eu questionei tudo e acho que em muitos, a dor imperou realmente. Parece que a barbarie nos assalta cada vez mais.

Abraços, querida.

Úrsula Avner disse...

Oi Lou,

bela homenagem ! Um abraço,

Úrsula

Moisés de Carvalho disse...

adorei a sutileza destas linhas ...!

um beijo imenso pra voce !

Evandro L. Mezadri disse...

Bela homenagem, sensibilidade e consciência.
Grande abraço e sucesso!

BAR DO BARDO disse...

terrible