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A lua invade, obscena.
Corpos dançam esquinas iluminados
por fachadas de néon. Serão tragados
à voracidade dos segundos.
Trôpegos passos tintos misturam-se
aos ratos - exalam chorume.
O quadro realista instila acidez,
cospe a mão que o pintou.
Na sacada, mãos e vozes se abafam em comunhão
com olhos surdos. Aguardam a chuva cair, lavar
as calçadas antes do amanhecer. Seus bueiros
engolirão os notívagos acordes.
Lou Vilela
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12 comentários:
De volta as noites de boemia e de taberna... :) Belíssimo texto, Lou... dançante e musical, nunca trôpego, como os seres da noite...
[letras que de tantas linhas e entrelinhas, se pode ler a partir de qualquer verso: a poesia é feita desta forma]
um imenso abraço, Lou
Leonardo B.
Tudo o que eu vejo é o beco: ecos de Bandeira. Evocação. Abraço.
becos sempre podem trazer poesia...lindo poema. beijo
Francisco,
Gosto da noite, mas as atividades diurnas regem meus ponteiros. rs
Beijos
Leonardo,
Agradeço pela leitura atenta. Normalmemte, você encontrará essa característica em meus textos - muitas entrelinhas.
Abraços
Ecos assim, são sempre bem vindos, Assis. ;)
Beijos
sim, Dri... há beleza até nos becos!
Beijos
Belo e profundo Lou... Acho que o "som dos becos " tem muito a ver com o meu " visão de mundo " lá no Sempre Poesia... Bj.
lindo. ponto.
Lou, mais uma vez, estou me valendo do seu talento para dar um pouco de lirismo ao meu blog. Estou reproduzindo este seu poema, hoje, ok? Obrigado, pela compreensão.
Beijos
Meus caros,
Agradeço os gentis comentários.
Sintam-se abraçados! ;)
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