sábado, 24 de abril de 2010

O poeta e a língua

.




Através de um diálogo com o poema "língua
do talentoso poeta Danilo Abreu,
 presto uma singela homenagem
aos amigos poetas.


Il poeta.... un libro aperto - Pietro Barbera
acquerello formato 50x70 cm




na boca, sempre algo mais:
a língua que se lhe dis.puta
vogal ressonante ou parasita
propõe, invoca,  catalisa
poesia até quando não dita.

aquele que à palavra jaz
en.verga, língua o seu caos;
singra à pele: sua assaz.sina.
formou-se mosca augural,
lambedor de cascas des.feridas.


Lou Vilela

.

13 comentários:

Anônimo disse...

Sua poesia sempre dizendo algo mais, sempre enriquecendo nossa língua.

Parabéns, Lou!

Beijo.

Anônimo disse...

Metalinguagem!Só um PUTA Q PARIU para descrever o impacto que tua poesia me causou.

ROD

Anônimo disse...

mal-ditas e/ou ben-ditas, jogo bom de palavras.

Lucão disse...

Poesia sobre a lingua, com uma linguagem ímpar.
Linda!

Juan Moravagine Carneiro disse...

"Organizar um caos eis a criação"

Apollinaire

Unknown disse...

Língua em vulcão. Estilo Lou!

Maravilhoso!

Beijos

Mirse

Anônimo disse...

E nesse construir-desconstruir da palavra a poesia toma dimensões inusitadas e um sabor essencialmnte exótico ao se ler...

Inaugurando minha admiração por teus escritos,

Liene

Ulisses Reis ® disse...

Magnifico, Lambedor, muito lindo usar palavras diferentes de amor, gostei muito, bjs e abraços !!!

Jorge Pimenta disse...

Que maravilha de jogos de palavras, sempre encostados a um uso dos termos marcado pela elegância e pela harmonia.

Unknown disse...

Até quando não dita, a palavra fascina pela pausa. O espaço vazio preenche o ofício e tudo fica prenhe. A tua poesia incita. Cheiro

danilo disse...

lou,
que bom que vc gostou- e que minha "lingua" lhe inspirou a escrever este poema tão visceral- lingua aqui como expressão emocionaal e física- lingua- que lambe palavras e corpos, que beija, que fascina- a palavra e ao corpo entremeados-
grande abraço do
danilo.

danilo disse...

lou,
"na boca sempre algo mais"

o dom da palavra o som
das muralhas que se dobram
ao poder da voz:
a língua, o toque, o torque
no corpo, o sabor acre e doce
o lírico lírio
a verter vertigens
em pupilas e púbis:
a língua
iridescente poema
indecente
a desenhar desejos
pressentidos
nas madrugadas insones.

elzafraga disse...

Pô! Essa não dá nem pra comentar.
É só dizer: DEMAIS!
E fecha a conta.

Bitokitas de luz recheadinha de poesia procê.