domingo, 5 de setembro de 2010

A fome de cada um

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Quem desejar conhecer um pouco mais sobre o trabalho do 
artista plástico Victor Ângelo, é só clicar aqui.



A fome que nos rege
Alimentada de lombrigas
Escoa pelos vasos
Da sociedade gastronômica

Fezes, ratos, outros grilos
Entopem esgotos
Que transbordam
Aos bramidos

Nos púlpitos, súplicas se alastram
Nas públicas, ações se arrastam
Nos púbicos, alguns gozam
[Enquanto p(h)odem,
Outros sangram


Lou Vilela

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16 comentários:

Anônimo disse...

"a fome que nos rege" é o egoísmo.
cortante como fio de navalha, moça.

paz e bem

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

WAW! Fugindo ao estilo... mt. bom... ;)

Bjs, Lou! :)

Lou Vilela disse...

Anônimo,

Essa é uma das piores fomes.

Abraços

-----------

Francisco,

A voz é recorrente. ;)

Obrigada, caríssimo, pela presença!

Adriana Godoy disse...

A fome de cada um, a fome de todos nós...uau, um poema de p(h)oder. Beijo

Lou Vilela disse...

Dri,

A fome é de ... rsrs

Assisti recentemente o vídeo com o teu poema. Ficou muuiiito bom!

Bjs de admiradora

BAR DO BARDO disse...

tonelada gris

gostei

:0

Lou Vilela disse...

Bardo, você de volta?! Que maravilha!
Ganha a poesia... ganhamos nós.

Beijos

Unknown disse...

a fome e a sede dos santos dias, um pobre cidadão


cheiro

Ira Buscacio disse...

Lou,

Bom demais!
A fome de mundo
A fome do mundo

Bjocas

Jorge Pimenta disse...

lou,
a lucidez não pode esconder-se por detrás das palavras; a crueza do quadro social invocado, onde se desencontram os que têm fome daqueles que deram nome ao conceito, não pode iludir-nos. bravo!
assim, de repente, recordaste-me uma canção de sérgio godinho ("eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada") e um poema de gomes ferreira - "vai-te poesia":

"Vai-te poesia!
Deixa-me ver friamente
a realidade nua
sem ninfas de iludir
ou violinos de lua.
Vai-te, Poesia!
Não transformes o mundo
descarnado e terrível
num céu de esquecer
com mendigos de nuvens
famintos de estrelas
e feridas a cheirarem a cravos
- enquanto os outros, os de carne verdadeira,
uivam em vão
a sua fome de cadeias
e de pão.
Vai-te, Poesia!
Deixa-me ver a vida
exacta e intolerável
neste planeta feito de carne humana a chorar
onde um anjo me arrasta todas as noites para casa pelos cabelos
com bandeiras de lume nos olhos,
para fabricar sonhos
carregados de dinamite de lágrimas.
Vai-te, Poesia!"
um abraço!

Arte e Vida disse...

Oi fiquei feliz por vc ter feito uma postagem do trabalho de meu marido em seu blog, isto demonstra que a preocupação dele com a fome que vem alastrando o mundo é de se repensar cada vez mais com as eleição de cada país

Lou Vilela disse...

Assis,

Quiçá dias sem fome?! ;)

Abraços, meu caro.

Lou Vilela disse...

Ira Buscacio,

São tantas as fomes...
Grata pela presença, minha cara.

Bjs

Lou Vilela disse...

Jorge,

Belíssimas citações. Destaco:

"Não transformes o mundo
descarnado e terrível
num céu de esquecer"

É isso!

Conhece a composição "Comida"? - do Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito. Tem uma parte que diz:

"bebida é água.
comida é pasto.
você tem sede de que?
você tem fome de que?
a gente não quer só comer,
a gente quer comer e quer fazer amor.
a gente não quer só comer,
a gente quer prazer pra aliviar a dor.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer dinheiro e felicidade.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer inteiro e não pela metade."

Abraços,
Lou

Lou Vilela disse...

Pinturas arte e vida,

Contenta-me que tenham aprovado a utilização da imagem! ;) A produção é belíssima, assim como outras que tive a oportunidade de apreciar, inclusive, em seu blog.

Sim, toda preocupação com problemas sociais merece e deve ser destacada.

Obrigada pela presença!

Abraços,
Lou

Domingos Barroso disse...

Veemente e furiosa,
guerreira e atenta.

Versos urrados
por indignação
(creio, também
por esperança)

carinhoso beijo,
poetisa.