O Canto do Azulão
Entre almas penadas
vaguei, arrastando correntes...
O verbo, canto solene,
a pena, meu instrumento.
Ouvi lamento do cárcere,
gemidos ao bailar do vento,
o grito abafado no açoite,
o ódio rangendo nos dentes.
A mistura rubro-negra
do sangue correndo na carne
coroou a tese racista
que impôs a barbárie.
Na imensa capilaridade da ignorância
- apesar das leis outorgadas -
perpetua-se mensagens subliminares,
reforça-se a discriminação velada.
Lou Vilela
Entre almas penadas
vaguei, arrastando correntes...
O verbo, canto solene,
a pena, meu instrumento.
Ouvi lamento do cárcere,
gemidos ao bailar do vento,
o grito abafado no açoite,
o ódio rangendo nos dentes.
A mistura rubro-negra
do sangue correndo na carne
coroou a tese racista
que impôs a barbárie.
Na imensa capilaridade da ignorância
- apesar das leis outorgadas -
perpetua-se mensagens subliminares,
reforça-se a discriminação velada.
Lou Vilela
* Texto republicado.
** Este poema é um dos que compõem o meu capítulo na obra Maria Clara - uniVersos Femininos.
*** Azulão: pássaro.
*** Azulão: pássaro.
7 comentários:
a opressão e a luta, hoje é o dia para voar alto o canto do azulão
cheiro
Parabéns Lou, este Poema tem que ir para as Escolas, cantando ensinas a importância do amor e também o descaso de tantos passos.
Beijos.
Gostei muito do texto, Lou, contudo talvez o título do texto mereça alguma explicação em rodapé, uma vez que "azulão" é uma palavra utilizada, em algumas regiões brasileiras, de forma pejorativa para referir-se ao negro epidérmico.
Oi, Marcelino!
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Abraços,
Lou
Carmen,
Gostaria de ver a poesia mais presente em nossas escolas. ;)
Beijos
Quiçá todos os dias, Assis?! ;)
Beijos
Perfeito o seu texto.
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