quinta-feira, 29 de abril de 2010

Abstrato

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Ao dobrar esquinas
de armações concretas
colidi com girassóis
transfigurados em versos.

- E isso fez toda a diferença!


Lou Vilela




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O sacro e o profano

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* Poema republicado.

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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ausência

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Meus caros,

Ficarei ausente por alguns dias. Assim que possível, retorno.

Aproveito para agradecer a todos pelas visitas constantes e gentis comentários.

Com carinho,
Lou

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domingo, 25 de abril de 2010

"Happy Birthday to You"

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Republico abaixo, uma singela homenagem prestada à querida amiga e poetisa Hercília Fernandes.

Hercília, Feliz Aniversário e muita poesia em sua vida!





Caleidoscópica
(Lou Vilela)

Do giz à pena
enseja
traceja
transluz.

Vira borboleta
pira pirueta
seduz.

Caleidoscópica imagem
de um reino encantado
cujos soldados
, por entre cactos ,
entoam um blues.


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sábado, 24 de abril de 2010

O poeta e a língua

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Através de um diálogo com o poema "língua
do talentoso poeta Danilo Abreu,
 presto uma singela homenagem
aos amigos poetas.


Il poeta.... un libro aperto - Pietro Barbera
acquerello formato 50x70 cm




na boca, sempre algo mais:
a língua que se lhe dis.puta
vogal ressonante ou parasita
propõe, invoca,  catalisa
poesia até quando não dita.

aquele que à palavra jaz
en.verga, língua o seu caos;
singra à pele: sua assaz.sina.
formou-se mosca augural,
lambedor de cascas des.feridas.


Lou Vilela

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

O violeiro e a dama

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Violeiro, estou de passagem.
Trago a dor imbricada à saudade;
Um traçado de versos, uma lente;
Um punhado de terra, um repente.

Trago lembranças de lume:
Um torpor que inunda o peito;
Motes que me lançam sujeito
Em choro, em riso desfeito.

Demorei decidir a partida
[Tantas as guerras vencidas
No improviso, na lida sem nome:
Mãos que se uniram na fome].

Violeiro, estou de passagem.
Trago lembranças de lume:
Demorei decidir a partida
Cortejando paixão severina.


Lou Vilela

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Homenagem II: Lou Vilela no Teatro da Vida

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Lara Amaral, jornalista e poetisa, presenteou-me hoje com uma belíssima homenagem em seu blog "Teatro da Vida":

"(Per)seguindo os meus blogs favoritos, deparo-me sempre com poetas que me estarrecem, deixam-me com aqueles pensamentos de querer ser mais poesia, menos eu"... (Para ler mais é só clicar aqui).

Lara, além de escritora talentosa, carrega uma bagagem singular: ética, respeito, amizade... tudo cabe e multiplica-se em gestos como esse que dispensa aos seus pares.

Fiquei muito emocionada e, desde já, agradeço à poetisa pelo adorável presente!

Lou Vilela
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Homenagem I: em tempos de vampiros

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A poetisa Hercília Fernandes nos dedicou um belo poema de sua produção denominado "Vampiros". Vale a pena aproveitar a oportunidade para (re)visitar o seu espaço: HF diante do espelho.

Hercília, agradeço, mais uma vez, pela atenção e pelo carinho dispensados! Suas homenagens sempre me encantam e lisonjeiam.


Lou Vilela
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terça-feira, 20 de abril de 2010

Pequeno quadro

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O crepúsculo acenava
despertando quereres:

estudo em aquarela
esboço de poema
teu cheiro.


Lou Vilela







* Poema inédito no Ritmos e rimas. Título: 'A poesia propõe'.
** No histórias (re)inventadas: 'Paradoxos cotidianos'.



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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Musa

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Matisse and model, by Brassai




Faça-me atemporal!
habilmente, pinta-me musa
insana, orgástica, passional:
óleo [em ebulição] sobre tela.

Assim, o tempo será inócuo aos olhares
apesar da carne apodrecida.

Lou Vilela

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* Poema republicado (escrito originalmente em 06/11/08).
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domingo, 18 de abril de 2010

Entre nós



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O olhar que penetra
lentamente escorre
em comunhão
com a poesia.


Lou Vilela




* O mestre Moacy andou nos publicando: vide balaio porreta 1986 de nº 2995, em 18/04/10.

** A poetisa e amiga Hercília Fernandes nos dedicou um reflexivo poema: vide HF diante do espelho.

*** Crônicas e contos no histórias (re)inventadas. É só clicar aqui.


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sábado, 17 de abril de 2010

Interstícios

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Quando chegar a estação dos ventos
haverá a dança das folhas secas
lágrimas em terra prenhe
filosóficos punhais.

Quando chegar a estação dos ventos
de nada adiantará argumento
sequer quinhão.

Partidos os grilhões
ouvir-se-á em proFusão
ecos de todos os tempos.


Lou Vilela




* Por motivo de trabalho, tenho estado um pouco ausente. Assim que possível, retomarei as visitas/leituras.Desejo um excelente final de semana a todos!


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sábado, 10 de abril de 2010

(in)finitudes

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Reconheço-me bem ali
antes do ponto.

A poesia
,contrária ao tempo,
resiste.

Lou Vilela



* Este poema foi publicado no balaio porreta 1986 de nº 2995, em 18/04/10.

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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Esper_nç_

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Minha poesia anoiteceu
verde-rosa-enlamaçada
metida em buscas
de letras soterradas.

Mutilada esper_nç_!
Executa-se um choro brasileiro
- origem, Rio de Janeiro.

Braços firmes a(bril)molecem 
olhares que se misturam ao barro:
o artesão modela novos dias.


Lou Vilela




A poetisa Hercília Fernandes fez de seu Novidades & Velharias um canal para propagar alguns gritos, inclusive, o meu.. Passa lá para conhecer a significativa postagem sob o título 8 de abril anoitece a poesia.

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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Intumescentes desejos suicidas

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Gostava de ouvir a pele, escala de tocar,
quando o orvalho envolve pétalas, dedos;
 
sucumbir, gozar, renascer
em cada ritual licoroso.


Lou Vilela
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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Caminho in-verso

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A Cavalcanti
 e 
 àqueles cuja sina assassina:


Nas mãos, falta-me o poder  de cura; 
sobra-me o meu grito mudo.



vida parida às avessas
ré confessa, embrulhada
manto sombrio

vida que revolve as entranhas
fere, mata 
todo dia

vida seca, desfolhada
arrematada com o brio
de quem ressuscita
[façanha de ser-tão]
e deixa seus frutos


Lou Vilela


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