terça-feira, 31 de agosto de 2010

Comprando briga

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Não quero obrigação sentido for
Nem esparramar olhar profundo
Se um dia porventura me perder
De versos que intento, sitibundos.

Comprar briga a granel
Desmantelar os inimigos
Manipulando um broquel
Arrematado de ungidos.

Alardear algum valor
Arregaçado para briga
Fazer tempo vida em flor
Poetar todas as línguas.

Empunhar arma fina
Silenciar cada babel
Aprumar a pontaria
Disparadora de cordel.

Lou Vilela

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domingo, 29 de agosto de 2010

Dos vícios


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Quero as palavras
Angustiosamente cometê-las

Ao final, comê-las
[Vê-las gozar]

Não me faço de rogada



Lou Vilela

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Bula de um poeta

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Escreverei preto 
Quando luta ou dor. 
 
Escreverei branco 
Quando ausência de cor.
 
Escreverei...
 Tantos quantos – se for. 
 
[Palavra (mal)dita!]
 
 Serei pássaro, metáfora 
Resíduo que se alastra 
Braseiro, fumaça... 
 
Grito, murmúrio 
[Fundo, raso 
Claro, escuro...] 
 
Mais: o que silencia. 
 
Serei. 
 
 
Lou Vilela

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Embrulhado em papel de pão

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Tomei um porre na esquina
Daquele que entroncha o sujeito
Senti o ar rarefeito
Formigamento na mão
Fiz uns versos, umas rimas
Esvaziei o segredo
Trancafiado no peito
Cuspido em papel de pão

Empolgado, dei vexame
Subi no banco da praça
Declamei com água nos olhos
Pra quem só fazia achar graça
Aqueles versos na mão
O papel todo amassado
Ali desvendava o mistério
Eu, homem sério
Trôpego de paixão

Quem não conhece essa flor
Desdenha de minha dor
Oferece remédio
Mulher cheirosa, fogosa
Que geme o nome da gente
Mas minha paixão renitente
Prefere ranger o dente
Cuspir em papel de pão

Quem sabe um dia ela ouça
Meus versos, minha prece
Sorrindo, logo se apresse
Cuspa em papel de pão
Um bilhete mais que sentido
Dizendo que de ouvido
Soube de minha paixão
E aceita casar comigo

Lou Vilela
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Poema inédito para miúdos, aqui. De hoje até a próxima terça, também estou no Maria clara: simplesmente poesia. O poema não é inédito, mas quem quiser reler é só clicar aqui.

Um grande abraço a todos!


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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Rijo entarde.ser

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O manto já não cobre, interroga
[perfura olhos, pulula sentidos]

: corre-se risco de presa.


Lou Vilela




* Caso queiram conhecer mais do trabalho de Rosângela Soares, é só clicar aqui.



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ARRANHA-CÉUS

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* Postado originalmente em  02/08/09.
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

fluxopoema

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