quinta-feira, 31 de março de 2011

O bonde

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O último bonde, Sandra Nunes




O tempo impreciso, necessário
Anda às voltas – turbilhão;

Deixa rastro de estrelas
Todas idas nalgum bonde
Caleidoscópica estação.

As cidades iluminadas
Mais parecem lá do alto
Liturgia, profissão;

Arrebentam todo dia
Os que acordam em romaria:
Bando de arribação.

Ecoam pelo sagrado
Medos, martírios, brinquedos
Marionetes de colisão:

Há na fugacidade
Uma gente dissonante
Passos simples, claudicantes
Que se vinca em contramão.

Lou Vilela



* Ainda estão tentando me consertar, por isso a ausência. ;-) Um forte abraço a todos!

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9 comentários:

Unknown disse...

"o bonde passa cheio pernas, pernas brancas, pretas, amarelas, pra que tanta perna meu deus, pergunta o meu coração, porém meus olhos não perguntam nada"

Drummond


cheiro e boa recuperação

Quintal de Om disse...

Vou nesse viajar constante
sobre os trilhos do tempo
sem chegar a um lugar
comum.

Meu beijo, Lou.

Eder disse...

Ande na linha, Lou! Fique bem...

Amos ... disse...

saudade do bonde e sua bondade........

Jorge Pimenta disse...

trilhos em estrilho. só nas paralelas se consegue a a-simetria.
beijinho, lou!

Marcelino disse...

No verso 8: Profissão ou Procissão?

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Lou,coloquei-me dentro de sua poesia e senti como se minha alma encostasse no ceu.Muito lindo seu poema.Parabéns pela bela postagem.Um grande abraço!

Mara faturi disse...

SEMPRE BOM VIAJAR POR AQUI...
;))
BJO

carmen silvia presotto disse...

E vamos zigue-zaguendo os passos pelos caminho da Vida...te leio, e sinto um tempo engolido, recheado de memórias, percebo o quanto é importante a cada tanto frearmos os vagões para encontrar amigos, ler, trocar e seguir...

Beijos, Lou!

Carmen.