Christiaan Tonnis -Virginia Woolf, oil on canvas, 1998.
Ouse
É preciso um silêncio, uma febre, uma pena:
Arrancar a pele mil vezes, revirar o estômago;
Prescindir de perfurar os olhos,
De enfiar nos bolsos todas as pedras.
Lou Vilela
* No dia 28 de março de 1941, Virginia encheu os bolsos de seu casaco com pedras e afogou-se no rio Ouse.
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16 comentários:
Com o tempo
pedras,
búzios
...
carinhoso beijo.
belo e reflexivo versejaer, parabénsempre.
triste e belo, tristemente belo
cheiro
E isto vai acontecendo aos poucos com o passar da VIDA!!!
Lindo poema, menina!!!
Abraços
Lou,
vc tem a receita para uma exposição inteira do avesso. Sem pedras e sem máscaras, com a face autêntica sempre acesa.
Abraço!
Que belo mais triste...
É preciso ler um poema como este.
Acho que na vida ao longo de nossos percursos, vamos colecionando pedras. Algumas nos edificam e sequer podemos lançá-las fora embora sejam pesadas - é nossa função arrastá-las -, outras apenas servem para nos sorver e nos fazem perder tempos preciosos... Uma hora ao ousar neste percurso, devemos parar e contar as nossas pedras para abrirmos mão de tudo que excede. É no mínimo desagradável notar que a maioria das pedras que carregamos, fomos nós que optamos levar. Então ousemos! Bjs poéticos!
Que expressivo, Lou!
Que linda ousadia.
bjs
Lou,
Descobri seu blog agora e vai levar um tempo para percorrê-lo todo. Vc SABE versar, coisa rara nos poenáuticos que abundam escrevendo frases que mudam de linha, mas que na verdade representam pura prosa. Acho que vc foi intruída pelas leituras de Ezra Pound, TS Elliot etc
Parabéns
lou
a minha cara!
posso larapiar para um video de fractais?
beijos xuxu
Domingos, Wilson, Rosângela.
Comentário bobo de um geólogo:
...pedras, não. Rochas! Os livros da Terra. O resto, eu gostaria de ter escrito.
Daqueles poemas que a gente queria tatuado na pele!
Bravo, Lou.
Um beijo.
Da estirpe de poema a que a gente gostaria de oferecer a pele como papel.
Bravo, Lou.
Um beijo.
A pintura intrigante remeteu-me a Paulo Mendes Campos: "[...]uma beleza que se desenvolve de dentro para fora e se estampa em ossos angulares e linhas inesperadas. Uma beleza apesar dos outros. Contraditória e quase irritante. Uma beleza feita de imaginação em movimento, e não de reflexão, uma beleza de água. Tão rápida que os amigos jamais chegaram a um acordo sobre os olhos de Virgínia, a não ser que eram belos[...]"
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