domingo, 27 de novembro de 2011

Soul


Para Ray Charles


Ray Charles, by Junior Beéfierr



I
Os lábios selaram a despedida
não pôde ficar
,entre vãos,
retido.

II
Aquela porta para a estrada
[num quase nada]
cumpria o papel:
liberdade! liberdade!

III
Carregava no peito o desassossego;
nos olhos, todas as luas.

IV
A casa da infância
sorria, desdentada,
corroída pelo tempo
sem implante.

V
As letras, arabescos, serpentinas,
transitavam carnavalescas.

VI
O tempo, alforria e esteio.

Lou Vilela
.

5 comentários:

Daniela Delias disse...

Lou, quanta inspiração...
Belo, belo, belo.
Bjs!

Adriana Riess Karnal disse...

Lou, saudades ;)

Rosangela Ataide disse...

Asa Lou.
Amei a parte: "O tempo, alforria e esteio." Diz muito.

Ah fiquei toda boba com o poema que escrevi para vc aqui na página. Obg Lou!
Bj poéticos!

Cynthia Lopes disse...

memórias
belos tigres
almas livres

bjs

Marcelino disse...

Um poema de passagem, um poema de caminhadas. Lindo.