segunda-feira, 9 de julho de 2012

Azul

Arte: Índigo by Lou Vilela

Azul
(Lou Vilela)

Essa língua
convoca-me passo
além
do siso
: um desmantelo azul.

SONETO DO DESMANTELO AZUL
(Carlos Pena Filho)

Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas,

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.




4 comentários:

Unknown disse...

dá até vontade de ser azul também...

Breve Leonardo disse...

[semente de azul,

azul presente,
poema.]

um imenso abraço, Lou

Leonardo B.

Cynthia Lopes disse...

Lindo se ver assim
azul, nascendo
ao sul
em desmantelo.
bjs

Reflexo em Coisas de Mulher disse...

E perdidos no azul...

Maravilhosamente poetico...

Bjins