sábado, 6 de outubro de 2012

Tarde gris


Juan Gris, Self portrait, 1912. 


não me tomes por triste quando relato
o meu, o teu -- o nosso cansaço
entrecortado
animosidade gutural

não me tomes por triste

só poeira, olhar alérgico
descompasso
trans.formação

não, não me tomes por triste

cada veio, cada rasgo provém
de um tempo que esfola
e abriga

Lou Vilela


2 comentários:

Daniela Delias disse...

Eu amo tua poesia. De um jeito único.
Beijo, minha fulô.

Gisa disse...

O tempo também fica roto.
Um grande bj