I
Nos anos em
que somos rendidos
Depositamos nas
gavetas os retalhos
Histórias alfinetadas
Colchas artesanais
O cetim das
causas perdidas
II
Se a alma está de luto
Se a alma está de luto
A vida perde momentaneamente o sentido
Lembro-me de sempre querer acordar
III
Quando o vermelho se esvai
Quando o vermelho se esvai
A escrita
embrutece
Perpetua a
faca
E o corte
profundo
Na garganta
IV
Mas o sol pontualmente cumpre o seu papel
Mas o sol pontualmente cumpre o seu papel
Seca o tempo
de ausências
Lou Vilela
3 comentários:
Bela poesia.
Nossa, intenso... O desfazimento dos trapos, das memórias. Belo poema!
seria sina do vermelho
este lento desbotamento?
abs
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