terça-feira, 12 de junho de 2018

Antropofágica


capacidade de comer
na carne 
poesia inteira
e, pasmem
gozar
sobrevivente
na cara desta sociedade hipócrita


Lou Vilela

sexta-feira, 23 de março de 2018

Esquecimento

viraremos ausências
rotinas e horas retiradas das gavetas
o ranger das portas, o traçado do vento

viva, toda a sorte de uma casa
vazia e desmemoriada.

Lou Vilela

segunda-feira, 19 de março de 2018

Manas

Clave de sol, ginoclave, ou clave feminina

o cenário é árido
os medos, escaldantes?
_ sororidade

em tese
todas as sedes estão representadas
:
necessário desfazer os nós
das renúncias, da exclusão
da ignorância compulsória
da violência, da posse
do preconceito...

costurar o autoamor
numa clave de sol

Lou Vilela


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

onde há

onde há espanto, beleza arredia
ser um solfejar de espera e arrepio
o bem, o mal e cercanias
um verso torto, id, fantasia
a protagonista que estala sua língua
em folhas e tetas desgarradas
o líquido que umedece sua bússola  
onde há cancro, veneno, ou quase nada

Lou Vilela