terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tempo de voar

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Imagem Nirlando Lopes

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há dias de asa
puro alinho
arte de passarinho.

Lou Vilela



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domingo, 23 de janeiro de 2011

Índigo

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Dançando com o azul - DDiArte




maceradas lembranças
desenho de anil
retalhos do tempo

algo além de uma solidão
                [pós-moderna
posto que não desbota

aquém deles, olhares
quando exploram
e se tocam.

Lou Vilela


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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cabra-macho, sim Senhor!

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Seus cabelos, seu olhar
Suas rugas, sua fome
Tecem horas - um ecoar
Uivos de bicho homem

Reflexo de algum encanto
Imagem para espelho
Produto de amor finado
Assombro de pele, cordeiro

Da vida, cobra demais
Cabra-macho, sim Senhor!
Lida de dia sombria
Encara sol e labor

Mas quando a lua assobia
Recolhe enxada, vigor
Acende cigarro de corda
Sufoca fumaça e amor

Lou Vilela
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*Poema inédito classificado em segundo lugar para compor a coletânea "Dias de Voar", organizada pelo 'Estação Zero'. Vejam aqui outros poemas escolhidos, bem como informação sobre o lançamento em São Paulo.

**Em decorrência de um problema de saúde que minha mãe tem enfrentado, estou sem condições de atualizar o blog frequentemente. Peço desculpas a todos e, na medida do possível, vou tentando manter os nossos contatos.  

***Tem mais um poema meu selecionado pela Editora da Tribo para concorrer ao texto da semana. Quem desejar conhecer o site e/ou me prestigiar com um voto, é só clicar aqui. Desde já,   agradeço pela atenção! :)))

Um grande abraço,
Lou
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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Eis a questão!

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Pesquisa de imagem via google. 
(caso alguém saiba a autoria, gentileza indicar.)
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das gentes:
o espanto, algumas sedes;
filosóficos sonidos.

do instante, esta vontade
de ser bicho.

Lou Vilela

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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Renovatio*

Nós, os de então, já não somos os mesmos.
(Pablo Neruda)




Agradeço a todos que acompanharam o 'Nudez Poética' ao longo deste ano, contribuindo  para a sua existência. Um grande abraço e Feliz Ano Novo!


* Renovatio: latim, renovação.
 .

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A poesia e o mito

Edward Burne-Jones - Pan and Psyche



Conteve a poesia
com mãos de quimera:

soprou-lhe aos ouvidos
olhar sustenido
fina flor pagã.

Lou Vilela


* Livre adaptação do mito de Pã.
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Leitura suicida III


 
Repouso na colcha de retalho - Di Cavalcanti



na ausência retêm o calor;
no afago de turvas mãos
que exploram e mutilam.

Lou Vilela


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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!

Aprendemos a voar como os pássaros,
a nadar como os peixes;
mas não aprendemos a simples arte
de vivermos juntos como irmãos.

Martin Luther King


Natal Brasileiro - Raimundo Nonato Oliveira



Feliz Natal a todos e um Ano Novo de muita paz, 
saúde, amor e solidariedade!
 
Lou Vilela



*Quero me desculpar pela ausência. A administração do tempo neste período é ainda mais complicada. Entretanto, não podia deixar de saudá-los. Um beijo no coração de cada um!:)

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Um tango em cadafalso








 
duas taças, vasta sede
e o tinto que escorre
enquanto sangram.

Lou Vilela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aproveito a oportunidade para informar que o meu poema 'Leitura suicida II', graças ao empenho dos que me prestigiaram, foi o mais votado na coluna "Texto da Semana" e está exposto no site da Editora da Tribo. Mais uma vez, obrigada pelo carinho!

Abraços,
Lou
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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Vendaval

                                              







Franziu o cenho como quem buscasse proteção
contra o tempo que aquelas palavras prenunciavam.

O amor se inaugurava...

Lou Vilela







* Em intertextualidade ao poema “Na praça”, da poeta Adriana Godoy.
** Imagem: "Sea serpents IV" - Gustav Klimt.
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sábado, 11 de dezembro de 2010

O que pulsa


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“Aquilo que não me mata, só me fortalece”
(Nietzsche)

Sempre sobra, quando falha:
é na ponta da navalha
que se ajusta.

O que custa?
Mais um corte (cicatriz)
em um peito que insufla.

O que pulsa?
A sobra que aponta
à ponta da navalha;

o corte quando há falha
e não mata.

Lou Vilela
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Poema sem título II

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'A dor passa, mas a beleza permanece'.
(Renoir)

La Grenouillere - Renoir 


A poesia engole bocas
Em alarido de olhos
Pululam poemas

Lou Vilela


* Agradeço sempre e muito pelo carinho dispensado. É uma alegria enorme recebê-los aqui! Beijos e boa semana a todos!

** Hoje, é o meu dia de postagem no blog "Maria Clara". Quem desejar conferir é só clicar aqui.

*** O Eder, do "Lura da Quimera", prestou-me uma linda homenagem. Clique aqui para ler.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Poema para sustos e Minotauros

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A palavra trama
Tece em nós fio
e (des)caminho.

Lou Vilela



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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O milagre não silencia

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Tantas as horas de desassossego,
Felicidade inquieta de passarinho.

Nada tão mais eficaz nesse instante
Quanto o som: gorjear é tecer paixão
Nos chinelos coloridos das manhãs.

Durante o milagre, cuida das asas!
Ousar é enfrentar estações.

Lou Vilela
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domingo, 21 de novembro de 2010

"Eu te proponho"...

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participar deste exercício criativo: construa um poema, uma frase, um miniconto... a partir da imagem abaixo.
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sábado, 20 de novembro de 2010

Em outra seara

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Olá, meus caros! Saudades... – ainda não estou conseguindo aparecer frequentemente.

Hoje, trago uma novidade: tive a grata satisfação de saber que o meu poema 'Leitura suicida II' está concorrendo ao texto da semana no site da Tribo. Caso queiram me presentear com um voto, o link está aqui. Independentemente disso, vale a pena passar lá para conhecer o espaço e participar dos eventos promovidos pela editora.

Agradeço pela atenção e desejo a todos um excelente final de semana!

Beijos,
Lou



p.s.: Continue lendo para "ouvir",  logo abaixo, o canto do Azulão.

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Dia da consciência negra



O Canto do Azulão

Entre almas penadas

vaguei, arrastando correntes...
O verbo, canto solene,
a pena, meu instrumento.

Ouvi lamento do cárcere,
gemidos ao bailar do vento,
o grito abafado no açoite,
o ódio rangendo nos dentes.

A mistura rubro-negra
do sangue correndo na carne
coroou a tese racista
que impôs a barbárie.

Na imensa capilaridade da ignorância
- apesar das leis outorgadas -
perpetua-se mensagens subliminares,
reforça-se a discriminação velada.

Lou Vilela 



* Texto republicado.
** Este poema é um dos que compõem o meu capítulo na obra Maria Clara - uniVersos Femininos.
*** Azulão: pássaro.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Poesia e Girassóis

Meus caros,

Hoje estou no "Maria Clara: simplesmente poesia" com o poema Girassóis. Quem desejar, é só clicar aqui para ler.

Uma excelente semana a todos,
Lou
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sábado, 6 de novembro de 2010

Em terra de alfenim

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Ah! Esse menino
Quem dera uma vida assim
Pura, deleite, quimera?
Eu beijava seus “olhins”
Fina ternur'ânsia
Uma discrepância entre troncos
Contorcidos, cupins
Ah! Esse menino...

Fosse o vento meu sussurro
Correria vasto mundo
Faria ponte os segundos
Pra naufragar de amor
Em seus lábios de gemente
Coragem de água’rdente
Curtida precisamente
No suor de meu calor

Fosse o rio meu transporte
Pedra, apoio, consorte
Cachoeira, salto, porte
Pro seu coração estopim
Rezaria o terço inteiro
Todos os dias até o janeiro
Carpido, derradeiro
Em terra de alfenim.

Lou Vilela
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“Educação, mídia e cognição”

Lançamento do livro "Educação, mídia e cognição".
Foto fornecida à Hercilia pela profa. Maria Angélica.


Gostaria de parabenizar publicamente à poetisa, professora, Doutoranda em Educação Hercília Fernandes pelo trabalho "A literatura infantil através dos tempos", que integra a obra "Educação, mídia e cognição", organizada pela profª. Maria Angélica Seabra Rogrigues Martins, editada pela Canal6, que reúne vários pesquisadores nas áreas de letramento, literatura, mídia e educação.

Constitui para mim motivo de agradecimento, orgulho e satisfação ter sido referenciada em um trabalho desse porte, em decorrência de minha criação voltada às crianças (ver espaço "Ritmos e Rimas").

Mais detalhes em “Novidades e Velharias”, blog de estudos literários e educacionais editado por Hercília.

Um grande abraço a todos,
Lou Vilela
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Linha azul

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Ilustração mostrando o campo magnético de um pulsar (azul) criando estreitos
feixes de radiação (magenta). Fonte: blog "Ciência e Tecnologia".





Tocavam-lhe os pulsares
Íntimos olhares clementes

Onde a linha era azul
E os nacos de tempo
Tapetes de liberdade.

Lou Vilela


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domingo, 31 de outubro de 2010

...

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Feliz por viver este momento histórico. 
Parabéns ao povo brasileiro!!

Lou Vilela
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sábado, 30 de outubro de 2010

Eleições


Endosso as palavras de Lívio Oliveira, do blog "O Teorema da Feira": 

 
"Sinceramente, não dá para ficar neutro numa hora dessas! [...] Sou um crítico sentido de algumas posições equivocadas do PT e do governo Lula, mas tenho a consciência de que tem sido um governo de fortes avanços e mudanças consideráveis no tratamento das questões sociais no Brasil."

Voto em Dilma, sem a menor sombra de dúvida.

Um excelente final de semana a todos!


Beijos,

Lou Vilela

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quando o tempo não era exatidão

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Hákarl (tubarão podre), iguaria tradicional da culinária da  Islândia. 
Fonte: Wikipédia.




Criou um mundo além de si
Mesmo, sob pedras
Viria a degustá-lo como prato
Exótico: envelhecido e podre.

Lou Vilela


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sábado, 23 de outubro de 2010

Leitura suicida II

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Mar Agitado - Gustav Klimt




Debruço-me sobre ti
(uma fome de mil bocas)
como se a espumar
onda que arrebenta
e lambe arrecifes.

Lou Vilela




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