Pensava na opulência dos dias laranjas Em meio aos cinzas No ir e vir, na urgência No desmantelo social
A cor em sobressalto Alerta nada convencional
Pensava nos laranjas No planalto endossado Adoçado, lubrificado Comendo a comoção nacional
E alguma gente que vai às ruas Que vai às redes, mete a boca Panfleta, esbraveja, mas não demove (in)decisão, paletó, bicho-de-pé.
Lou Vilela
* Um dos poeminhas que sairá no Livro da Tribo, edição 2014/2015.
era quase hora saberia do canto, da robustez do diafragma do espaço ocupado por coisas inúteis dos segredos de cofre em dedos de ébano e marfim era quase hora a palidez tamanha na possibilidade corpulenta de um sim o relógio desgastaria a máscara resistência era quase hora Lou Vilela
à parte o silêncio, é sabido as pedras compõem sob ciclos o movimento Lou Vilela * "Exposição de artes plásticas ocorrida no Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro, entre Maio e Abril de 2009. Trata-se de um trabalho do artista plástico Marcantonio, desenvolvido a partir da gravura "Melancolia" do artista alemão Albrecht Durer, que viveu no século XVI."
o cão aproveita tempo ameno fecha os olhos, adormece não se percebe sereno o homem observa, tem a posse do cão, do espaço, do 'close' e almeja bem maior passa o tempo, a cena não acomoda o cão, impassível, sai -- levanta toma água, fareja, morde a calma lambe, resoluto, aquela cara Lou Vilela
Graça Martins, “Borderline Case”, 1992 acrílico sobre tela, 75 x 120 cm
a vida arde, amor enquanto compõem os cinzas reciclam as manhãs de inverno houvesse seta singraria espaços à procura do alvo despedaçados silêncios. Lou Vilela