sexta-feira, 22 de outubro de 2010

As Marias em Beagá



* O livro também pode ser adquirido pelo site da Editora LivroPronto.

** Carmen Silvia Presotto, da Editora Vidráguas, publicou um de meus poemas em seu site (seção anáguas). Aproveito a oportunidade para agradecer à Carmen pela atenção dispensada. Estou muito lisonjeada. ;)
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sábado, 16 de outubro de 2010

Leitura suicida

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Dânae - Gustav Klimt




Teu olhar de pele
arrepiada
provoca os vãos
de minha boca:

de lamber-te
afogo-me
suor e saliva.


Lou Vilela

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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Os que me habitam

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Nem tudo era vão.
Nem tudo era chão.

Trazia nos vincos
das mãos
a dor e o orgasmo
das bocas.

[No olho, o pão;
nas letras, a sopa.]

O sêmen
escorria
por folhas
e moitas.

[Há dias de pratos.
Há dias de pedras.
Há dias de coxas.]


Lou Vilela

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Todo dia é dia de criança...

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Sempre que passo
por , crio asas
e sou muito feliz!

Lou 

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domingo, 10 de outubro de 2010

"Seria tua musa desde que..."

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          Queridos amigos e leitores, hoje estou no Maria Clara: simplesmente poesia com o meu "Nerudianas". Quem desejar (re)ler, é só clicar aqui.

Abraços,
Lou
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domingo, 3 de outubro de 2010

Um regalo, antes que amanheça

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Este poema pretende-se 
quase tão "eloquente"
quanto o meu silêncio:
trans.borda-nos...

Lou Vilela

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sábado, 2 de outubro de 2010

Entre.mentes

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Não concebia aquela morte
morte desdenhosa;
morte sem perdão.

Entre o sonho e a realidade,
a urgência do saber.
E nem tudo se sabe.
E tudo o que se sabe é lado.

Lampejos de consciência apontavam:
o punhal que esfacela, seduz;
realça o brio da existência.
Viver atormenta e salva.

Não concebia aquela morte,
a da alma.


Lou Vilela

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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Imperdível: Maria Clara - uniVersos femininos


Maria Clara — uniVersos femininos, coletânea que reúne 12 poetisas de diversas localidades do Brasil, possuidoras de formações e atuações profissionais várias, cujos trabalhos literários, então expandidos na internet, tem alcançado significativa repercussão junto aos leitores.

A obra foi lançada recentemente durante a 21ª Bienal Internacional de Livros de São Paulo, pela LivroPronto Editora-SP, e resulta das interações construídas no blog/projeto voltado à apreciação de poesia feminina, sob a coordenação de Hercília Fernandes, Maria Clara: sim ples mente poesia.

O livro contém 256 páginas distribuídas em 12 capítulos individuais e coloca em pauta a relação "gênero x poesia". Integra as discussões pautadas na visão de que a escrita elaborada por mulheres na atualidade transcende aos ditames da tradição falocêntrica e misticismo religioso, posto consistir uma criação que "diz", que "revela"; muito embora mantenha, ainda, traços pertinentes ao lirismo feminino, como o sentimento, a imagética e a introspecção.

A coletânea evidencia, assim, os saberes e as experiências dos universos femininos, confere valoração à leitura/escrita feita por mulheres em suas práticas sociais cotidianas. Essas considerações são postas, à reflexão do leitor, no livro, na apresentação historio(gráfica) de Hercília Fernandes.

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O prefácio, intitulado "Noivas na estante", foi escrito pela Profª. Drª. em Literatura Comparada Ana Santana Souza de Fontes Pereira (UFRN), cuja apreciação crítica, constituindo uma poética a mais no conjunto da composição, destaca a multiplicidade no fazer literário das autoras, donde as "marias": "se vestem de tônicas, em todos os tons do claro (do rosa ao cinza), e estão prontas para pular muros ou atravessar paredes e casar com a poesia. São noivas pegando tudo que as inquieta (e mais o que a visão de lupa coleta) para criar uma paisagem reciclada de açúcar queimado em que versos escritos à ponta de faca perturbam como ferroada de marimbondo bravo (p. 16)".

O livro comporta preciosas considerações, em posfácio, sobre "a leitura de mulheres na obra do pintor francês Pierre-Auguste Renoir", especificamente em "Woman Reading", pintura em destaque na capa do livro. A análise foi elaborada pela historiadora e atriz, também poetisa, Nina Rizzi (UNESP), que assegura que as "marias claras", nesta coletânea, vão "além do caderno goiabada, das continhas e do fardo de que a mulher somente se realiza na maternidade" (p. 255).

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fisiológico


La Dormeuse - Renoir
 
tua fome é carne
que me come;

é traje
que visto
pelo avesso;

trágica,
profética,
é tropeço;

prurido,
pecado
e perdão.

tua fome
exaspera
minha fome
 – alimento
que abisma
e me mata.

Lou Vilela


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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Poema sem título

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CHAGALL, MARC (Russian, 1887-1985) -  'The Village by Night'





Se um dia tropeçarem
em teus passos
[um ir mais além,
rasgar o imediato]
já terá valido
a pena.

Lou Vilela


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domingo, 19 de setembro de 2010

Incondicional

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Encontrar-te é prazer
imbricado à dor.

Houvesse possibilidade,
arrancaria teu grito

- iria enfiá-lo
em minha boca,
acostumada que sou
com sons
entredentes;

libertaria teu canto
de passarinho.

E, passaria.


Lou Vilela


 

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sábado, 18 de setembro de 2010

Poema inter.rompido

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O tempo, cova de espantos;
as gentes, braseiros de saudades...

Lou Vilela




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domingo, 12 de setembro de 2010

Mais um dia de Maria...

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          De hoje até a próxima terça-feira estou no Maria Clara: simplesmente poesia com o conto "Nudez indesejada". Para dar uma espiadinha, é só clicar aqui.

Abraços,
Lou

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sábado, 11 de setembro de 2010

Feminina e plural


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Clique na imagem para ampliar.


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terça-feira, 7 de setembro de 2010

O mar e a língua

Clique na imagem para ampliar. 
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domingo, 5 de setembro de 2010

A fome de cada um

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Quem desejar conhecer um pouco mais sobre o trabalho do 
artista plástico Victor Ângelo, é só clicar aqui.



A fome que nos rege
Alimentada de lombrigas
Escoa pelos vasos
Da sociedade gastronômica

Fezes, ratos, outros grilos
Entopem esgotos
Que transbordam
Aos bramidos

Nos púlpitos, súplicas se alastram
Nas públicas, ações se arrastam
Nos púbicos, alguns gozam
[Enquanto p(h)odem,
Outros sangram


Lou Vilela

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sábado, 4 de setembro de 2010

Maresia

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Praia de Calhetas, Cabo de Santo Agostinho - PE; por Lou Vilela.




Tua sede represada
Inunda-me sal(dades)
Saliva de (a)mar
Profundo

Lou Vilela




Caríssimos(as), 

Por motivo de força maior, continuo sem conseguir dispensar a todos a atenção que merecem. Mais uma vez, aproveito a oportunidade para me desculpar e agradecer imensamente pelo carinho recebido.

Beijos saudosos,
Lou

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Comprando briga

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Não quero obrigação sentido for
Nem esparramar olhar profundo
Se um dia porventura me perder
De versos que intento, sitibundos.

Comprar briga a granel
Desmantelar os inimigos
Manipulando um broquel
Arrematado de ungidos.

Alardear algum valor
Arregaçado para briga
Fazer tempo vida em flor
Poetar todas as línguas.

Empunhar arma fina
Silenciar cada babel
Aprumar a pontaria
Disparadora de cordel.

Lou Vilela

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domingo, 29 de agosto de 2010

Dos vícios


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Quero as palavras
Angustiosamente cometê-las

Ao final, comê-las
[Vê-las gozar]

Não me faço de rogada



Lou Vilela

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Bula de um poeta

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Escreverei preto 
Quando luta ou dor. 
 
Escreverei branco 
Quando ausência de cor.
 
Escreverei...
 Tantos quantos – se for. 
 
[Palavra (mal)dita!]
 
 Serei pássaro, metáfora 
Resíduo que se alastra 
Braseiro, fumaça... 
 
Grito, murmúrio 
[Fundo, raso 
Claro, escuro...] 
 
Mais: o que silencia. 
 
Serei. 
 
 
Lou Vilela

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Embrulhado em papel de pão

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Tomei um porre na esquina
Daquele que entroncha o sujeito
Senti o ar rarefeito
Formigamento na mão
Fiz uns versos, umas rimas
Esvaziei o segredo
Trancafiado no peito
Cuspido em papel de pão

Empolgado, dei vexame
Subi no banco da praça
Declamei com água nos olhos
Pra quem só fazia achar graça
Aqueles versos na mão
O papel todo amassado
Ali desvendava o mistério
Eu, homem sério
Trôpego de paixão

Quem não conhece essa flor
Desdenha de minha dor
Oferece remédio
Mulher cheirosa, fogosa
Que geme o nome da gente
Mas minha paixão renitente
Prefere ranger o dente
Cuspir em papel de pão

Quem sabe um dia ela ouça
Meus versos, minha prece
Sorrindo, logo se apresse
Cuspa em papel de pão
Um bilhete mais que sentido
Dizendo que de ouvido
Soube de minha paixão
E aceita casar comigo

Lou Vilela
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Poema inédito para miúdos, aqui. De hoje até a próxima terça, também estou no Maria clara: simplesmente poesia. O poema não é inédito, mas quem quiser reler é só clicar aqui.

Um grande abraço a todos!


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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Rijo entarde.ser

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O manto já não cobre, interroga
[perfura olhos, pulula sentidos]

: corre-se risco de presa.


Lou Vilela




* Caso queiram conhecer mais do trabalho de Rosângela Soares, é só clicar aqui.



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ARRANHA-CÉUS

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* Postado originalmente em  02/08/09.
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

fluxopoema

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Quando a mão (des)governa

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Quis escrever sobre paixões
dissecá-las

: perfume volátil
tumulto dos ventos
vida morte
[insensatez].

Precisou imagem angustiosa
na retina: de ousar.
Era uma vez...


Lou Vilela


* Mais uma chamada para o lançamento do livro Maria Clara: uniVersos femininos! ;) Quem ainda não viu, é só clicar aqui.

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