sábado, 22 de setembro de 2012

Boas-novas



Estou na GERMINA - Revista de Literatura e Arte e na coletânea Sabiás e Exílios.
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domingo, 16 de setembro de 2012

Poesia

Acervo pessoal.
observar a nau que, partida 
em verso,
empresta sentido ao mundo.

Lou Vilela

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Poema sem título V

Salvador Dali


arrebatou-lhe o blues
e o olhar primeiro
cravado
além do pêndulo.

onde havia o mar
e os naufrágios da urgência.

Lou Vilela

sábado, 8 de setembro de 2012

Papel machê




estes corredores são povoados
(des)mascarados fantasmas
lâminas d’água
sob folhas de papel

Lou Vilela

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Rua da infância, s/n

Michelangelo Marson 

perante meus olhos
a rua da infância encolheu
tudo tornou-se tão palpável
até o pó das estrelas

Lou Vilela

* Pó de estrelas, um outro olhar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ser mão


no silêncio de uma página
um espaço que nos caiba
feito cria, feito casa
[impossível, improvável?]
(s)em perdão:
porque desafiamos o tempo.

Lou Vilela

sábado, 25 de agosto de 2012

Temporal


Um passo-quase, arrastado
Uma memória carcomida
Um alvo em movimento

Lou Vilela

domingo, 19 de agosto de 2012

Implume

Se eu lembrasse de outros tempos
das épocas em que aqui estive
dos castelos ancestrais
talvez me fosse possível
tocar alguns sinos a mais
julgar esta fome: banal.

Entretanto, no paço inverso
premido
típico
complexo
pululo, sou quase!  instante;
metáfora de manguezal.

Lou Vilela


"Manguezal, também chamado de mangue ou mangal, é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, uma zona úmida característica de regiões tropicais e subtropicaisAssociado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou diretamente expostos à linha da costa, está sujeito ao regime das marés, sendo dominado por espécies vegetais típicas, às quais se associam outros componentes vegetais e animais". Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Manguezal>. Acesso em: 19/08/12.

sábado, 11 de agosto de 2012

A matemática das partes



I
Fazia algum sentido
como partes se queriam
como um todo já cansado
eram partes em agonia.

II
Não sabiam ser as partes
o todo que prenuncia
a terra que dá a vida
a vida que se queria.

III
Uma parte noutra parte
muitas vezes se perdia
o que pintava era arte
reentrância, filosofia.

Lou Vilela

* Imagem Fátima Queiroz.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Diário de uma notívaga III







dividia o tempo em luas
no lastro da madrugada
forjava a redenção

Lou Vilela





* Imagem de arquivo pessoal.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Imperativo


a_ponta de um lápis
elabora o caminho!

Lou Vilela


domingo, 29 de julho de 2012

Pensamentos e arredores

tentava desvendar aquela imagem
olhos fundos, um riso quase alegre
navalha e carne entre as gentes.

gostava de acompanhar seus passos
nas manhãs de inverno
dividíamos a fome das esquinas
sem aquecedores,

chafurdávamos o limo
exorcismávamos o ranço
outorgávamos às horas
estranhos frascos e perfumes.

Lou Vilela

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Um toque de Midas

O toque do Midas posteres by Peter Sharpe

Portanto, na vida assim refaço-me:
escrevo sob as brumas o meu cansaço,
alinho pensamento aos braços meus,
há dias de olvido - sabe Deus!

As mãos que ora(m) se enlaçam
traduzem, à Midas, os percalços,
poiesis em laudas 
 sol maior, 
matéria transformada em rigor:

Cheiro de cancro vira pó,
reluz no mar a areia fina
de tantos, compõe-se uma mina.

Paciente, amparo-me no infinito.
Daí o meu jogo preferido:
poetizar o que me afoga.

Lou Vilela



* "Dizem que Midas, ao se abaixar para colher a água na margem do rio, tocou na areia com as mãos e que, por isso, ainda hoje, o rio Pactolo corre por sobre um leito de areias douradas." Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Midas>. Acesso em 05 de jul. 2012.



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Azul

Arte: Índigo by Lou Vilela

Azul
(Lou Vilela)

Essa língua
convoca-me passo
além
do siso
: um desmantelo azul.

SONETO DO DESMANTELO AZUL
(Carlos Pena Filho)

Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas,

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.




quinta-feira, 28 de junho de 2012

Resistência


Sabe, amor
Já nem sei o caminho -
você todo eufórico;
eu pura alforria.
Mas... de que adianta um ventre livre
se de maios, princesas e silêncios mendiga-se:
mais um dia?

Lou Vilela

* imagem sem indicação de autoria.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Recriarte II

Arte: Marco Andruchak


Arte é passarinho
solto
na imensidão da infância.

Lou Vilela

* Publicado originalmente no blog Ritmos e Rimas.

.

sábado, 23 de junho de 2012

Rubrica


deslizar na pele
cada sílaba
cumprir-se algoz
subscrever
à língua.

Lou Vilela

* imagem sem indicação de autoria.

sábado, 16 de junho de 2012

Diário de uma notívaga II

Arte: guille roMa

Na companhia das sombras
repassava os últimos acordes
até que a noite a engolisse
até que o olhar raiasse.


Lou Vilela
.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Labirintos III

Paul Delvaux


sei do sal em tua boca
dos dias cumpridos
dos sonhos convexos
sei que somos reflexo

Lou Vilela
.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Púrpura


Hoje as vi passar
Púrpura prosa
Salífera crosta
Então pele
Toda paixão será admoestada?
Um vai e vem
Um sobe e desce
Hipócritas se afagam se afogam
P(h)odem
Ignoram dedos que lambem
Lábios entre.meios
Transformam membro em alma
Hoje as vi passar
Duas noivas - nenhum altar.

Lou Vilela
.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dinamene

'Nômades Amantes do Tempo' - Bruno Steinbach

tão pele e espanto
composta em tema
rutila a flor
na ponta da língua


Lou Vilela

sábado, 19 de maio de 2012

Terra de ninguém


pelo corrimão da paisagem
um amor em rebuliço
corre corpo, anoitece
come estrelas
e um punhado de sal
[dades.

Lou Vilela

terça-feira, 8 de maio de 2012

Obtuso construto da alma



De instante, persigo um blues:
Em_torno todas as causas,
Volátil
Gole-spaço sem pausa.

É tempo!
‘Autumnus’ emplaca.
Dé_cor,  a letra de_lata
Fulgura, concreta, amálgama.

No ritmo, o todo em_cena
Compõe, dedilha o tema:
Um blues
Malabares, poema.

Lou Vilela  


domingo, 22 de abril de 2012

Epígrafe



inquieta a epígrafe
pontuada no tempo
um estado da alma
face altiva
presa

em foco

do homem de outrora
bem de acúmulo
olhos náusea
palavra acesa
maldita
mancha de suor em laudas

inquieta epígrafe



Lou Vilela
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sábado, 21 de abril de 2012

Voz

Ao grupo de poesia Vozes Femininas,
porque em pequenas homenagens podemos traduzir também uma grande admiração. 

Grupo "Vozes Femininas" - foto Clarissa Dutra


quero os versos na boca
a sinuosidade da língua
a atitude, o entalhe
uma história sem fim

quero o verbo, a sina
sem siso, sem lacre
o estopim, o asfalto
sob lâmina d'água

quero
do princípio ao lume
a poesia
perplexa
resoluta
o expurgo

Lou Vilela

* Para saber mais sobre o trabalho desse grupo, é só clicar aqui.

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