I
Nos anos em
que somos rendidos
Depositamos nas
gavetas os retalhos
Histórias alfinetadas
Colchas artesanais
O cetim das
causas perdidas
II
Se a
alma está de luto
A vida perde momentaneamente o sentido
Lembro-me de sempre querer acordar
III
Quando o
vermelho se esvai
A escrita
embrutece
Perpetua a
faca
E o corte
profundo
Na garganta
IV
Mas o sol
pontualmente cumpre o seu papel
Seca o tempo
de ausências
Lou Vilela