segunda-feira, 9 de abril de 2012

Um bonde chamado poesia

Poema visual 'Borboletras' - Tchello d'Barros.


de gibis fatos novelas
cresceu na periferia
nos bolsos, nada tinha
escrevinhar era dom.

sua road, sem asfalto
seu inglês, ‘maigode’, alto!
português, vá lá, no tom.

cunhou-se autodidata
salvo pela culatra
: poeta sim, e dos bons!

Lou Vilela

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domingo, 8 de abril de 2012

(Re)começos

Árvore de folhas brancas (Open4Downloads)


ofertou-lhe rosas
vermelhas
ramalhete de amor sem fim
terras  fecundas
rios caudalosos
e resmas de folhas
brancas

Lou Vilela

sábado, 31 de março de 2012

Folhas brancas em altar

Henri Matisse


Onde nos perdemos?
tantos galhos retorcidos
frutos verdes
folhas brancas em altar

Tantos credos
em latim – não sei bem
conduzindo-nos
coro de bocas ávidas

Onde nos perdemos?
apesar das orações
diverso versejar

Somamos passado
presentes
encruzilhadas
vasos, flores  cruas, nuas, orvalhadas
penumbras, rendas
o peso “sem perdão”

Mosaicos firmemente recordados
lugares sitiados
onde nos perdemos.

Lou Vilela
                                 
* poema revisado em 07/12/12.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Drummond ando Raimundo

Ao poeta, publicitário e jornalista Raimundo de Moraes.


Enquanto há chama, Raimundo,

nós poetas sabemos

o quanto nos vale a poesia:

nomes, rimas, conhaques -

sol e lua sobre tudo;

H2O [dis.soluções];

A

..........B

....................ISMOS:                


vasto mundo.


Lou Vilela


* Olha a confusão: o poema ‘mistura’ Drummond e Gianastácio - em seu estudo sobre o sufixo –ismo, dentre outras referências, para prestar uma homenagem ao poeta, publicitário e jornalista Raimundo de Moraes.

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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Capela em tarde ser



Cantavam as vozes
Marulho dos ventos
Van Gogh de pontes
Sobre girassóis

Capitulavam o tempo
Fadado em buscas
Contidas em versos
Quiçá rouxinóis

Lou Vilela

* Desconheço a autoria da imagem.
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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Poema sem título IV



Acabara de submergir,
mais um poema!
um quase
mundo independente
tão necessário quanto vulgar
: seu caviar, 
feijão com arroz.


Lou Vilela


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Para Luciana Lima


O ouro refletia em suas mãos
Tratava ampla ferida
Por ir além, bem além
Do que aprendera em livros
ARS MEDICINA

Lou Vilela
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Epitáfio

Imagem: http://pejot.cgsociety.org/art/painter-photoshop-seed-nudity-2d-224289


houve um tempo que a sombra apascentava
que o fruto era farto doce
que as raízes desafiavam os ventos

arbusto sobre.tudo agua(rda)va em silêncio
brotos rebentos de frutos
apodrecidos

hoje solo semente 

Lou Vilela
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Convite

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Olá, caríssimos! Recebam o convite do nosso colega Paulo Bettanin, editor do 'Urbanascidades' e do 'Urbanasvariedades':

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"O modo long-play do Urbanascidades, desde 02.02.2012.
Blog cultural de produção coletiva. Seja um colaborador enviando artigos, crônicas, poemas, contos, ensaios e qualquer outro tipo de manifestação artística literária. Não avaliamos ou censuramos textos, a anarquia e a contestação são incentivadas, dentro do politicamente correto. Discriminações, agressões, palavrões e outros "ões" ofensivos não serão aceitos.
Por que Long Play? Versão mais "cool", para ser saboreada ao som de um "smooth jazz", com textos que aprofundam os temas tratados no Urbanascidades, para Urbanautas que tem um tempinho a mais.
Envie as suas produções para urbanascidades@gmail.com." 
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Um grande abraço a todos,
Lou
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Divisa III



Vi olhares se multiplicarem,
eram luzes coloridas
apontando caminhos:
 eu estava nas nuvens.

Lou Vilela


* Pulblicado originalmente em 26/12/11, no blog Ritmos e rimas.

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sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo, meu povo!!

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Que a poesia invada corações
e coroe o temp(l)o de gigantes.

Lou Vilela
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Demasiado humano



Atrozes, os lobos se manifestaram,
Devoraram-me a poesia.
Esperança! – insisti,
Mas aqueles olhos crestam
O verbo, os sinos, as pontes.

Lou Vilela
 .

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Poesia fractal

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Enredada

toda ‘fome’ é sacana
buraco no olho
teia de aranha.
 
Lou Vilela




 


João Cabral

Parte de ti me escapa
Outra parte me embucha.

Lou Vilela





 

Poema sem título III

Madura teu gosto de fruto
Em meus olhos sapotis.

Lou Vilela




  

Divisa

Era hora do rush
De sonho maduro
Raiz na parede

Lou Vilela


  


 

Divisa II

Era o prato, a brisa, a tez
E uma vida roubada.
 
Era o canto, a dança, a vez
E nenhuma culpa.

Lou Vilela



 * Imagens: Fátima Queiroz

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Aos passantes:

Espero que tenham tido um Natal feliz e iluminado! ;) 

Infelizmente, ainda não consigo responder a todos os comentários/e-mails, nem sequer retribuir as visitas, mas alegra-me cada qual em seu modo, inclusive, os de passos mansos e olhares silenciosos.

Um grande abraço para todos,
Lou


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Caranguejo em rede

 
Corda de caranguejo, por Marcus Sampaio



Sob a cama de mangue
O caranguejo arisco
Faz da poesia seu vício
Antes de ir pra panela

O vai e vem da maré
Seu menstrual ciclo
Inunda as mãos massapê
Planta no pé precipício

Imprime folha e cheiro
Ecossistema à deriva
Carregado em corda

Lou Vilela
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pedra de amolar

Mulher nua dorso fase III - Raquel de Melo


De tão afiada, a faca
Esculpe o dorso
De tão afiada, à míngua
A língua enquanto faca
Mói o osso

Lou Vilela
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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Outro (a)mar

Desconheço a autoria da imagem.



Quando terra, lua, ar
Navego-te oceano
Em barco de papel
Ancorado na estante.

Lou Vilela

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domingo, 11 de dezembro de 2011

Eco

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[num instante]
a vida impregnada
[noutro]
nada
nada
nada
nada

Lou Vilela
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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Prismático




São vagas as impressões
de onde olho:

um projeto girassol
em sombras de parede;

um lastro poema
de ouvido.

Lou Vilela

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domingo, 27 de novembro de 2011

Soul


Para Ray Charles


Ray Charles, by Junior Beéfierr



I
Os lábios selaram a despedida
não pôde ficar
,entre vãos,
retido.

II
Aquela porta para a estrada
[num quase nada]
cumpria o papel:
liberdade! liberdade!

III
Carregava no peito o desassossego;
nos olhos, todas as luas.

IV
A casa da infância
sorria, desdentada,
corroída pelo tempo
sem implante.

V
As letras, arabescos, serpentinas,
transitavam carnavalescas.

VI
O tempo, alforria e esteio.

Lou Vilela
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domingo, 13 de novembro de 2011

Discriminada

Imagem extraída daqui.


toca-se a língua
meio morna, meio lenta
meia larva

incoerenteMente
re par ti da

Lou Vilela
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Bela luna





Faz das ruas um palco;
da plateia, gato e sapato;
das pedras, querubins.
Irrompe noites em rima.
Quando cheia, pantomima;
parece, vai explodir.

Lou Vilela
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sábado, 5 de novembro de 2011

Calendário



À Daniela Delias, por seu 'Calendário Poético' e outros tantos.

 J. Anderson


 
equilibro junhos, ajusto
ardo dezembros de fênix
todo janeiro estreio.

Lou Vilela
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fin(c)ados


 
Da série raízes aéreas, de Laura Gorski.


Alguns, na saída,
nem sequer se despediram:
até hoje, é como se fossem retornar

sem prévio aviso

para o almoço.


Lou Vilela

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

La vie en rose

Mon’ry, printed for the Galeries Lafayette Berlin.


Provocada
Decompôs teorema

No fim restaram
Sob seu espanto
Poemas

Lou Vilela
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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eólica

Raça cia de dança. Imagem aqui.



Floresce assim uma saudade:
ouço o murmúrio dos ventos,
teus dedos longos.

Lou Vilela
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