domingo, 22 de abril de 2012
Epígrafe
inquieta a epígrafe
pontuada no tempo
um estado da alma
face altiva
presa
em foco
do homem de outrora
bem de acúmulo
olhos náusea
palavra acesa
maldita
mancha de suor em laudas
inquieta epígrafe
Lou Vilela
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sábado, 21 de abril de 2012
Voz
Ao grupo de poesia Vozes Femininas,
porque em pequenas homenagens podemos traduzir também uma grande admiração.
porque em pequenas homenagens podemos traduzir também uma grande admiração.

Grupo "Vozes Femininas" - foto Clarissa Dutra
quero os versos na bocaa sinuosidade da língua
a atitude, o entalhe
uma história sem fim
quero o verbo, a sina
sem siso, sem lacre
o estopim, o asfalto
sob lâmina d'água
quero
do princípio ao lume
a poesia
perplexa
resoluta
o expurgo
Lou Vilela
* Para saber mais sobre o trabalho desse grupo, é só clicar aqui.
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
Um bonde chamado poesia
Poema visual 'Borboletras' - Tchello d'Barros.
de gibis fatos novelas
cresceu na periferia
nos bolsos, nada tinha
escrevinhar era dom.
sua road, sem asfalto
seu inglês, ‘maigode’, alto!
português, vá lá, no tom.
cunhou-se autodidata
salvo pela culatra
: poeta sim, e dos bons!
Lou Vilela
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domingo, 8 de abril de 2012
(Re)começos
Árvore de folhas brancas (Open4Downloads)
ofertou-lhe rosas
vermelhas
ramalhete de amor sem fim
terras fecundas
rios caudalosos
e resmas de folhas
brancas
Lou Vilela
sábado, 31 de março de 2012
Folhas brancas em altar
Henri Matisse
Onde nos perdemos?
tantos galhos retorcidos
frutos verdes
folhas brancas em altar
Tantos credos
em latim – não sei bem
conduzindo-nos
coro de bocas ávidas
Onde nos perdemos?
apesar das orações
diverso versejar
Somamos passado
presentes
encruzilhadas
vasos, flores – cruas, nuas, orvalhadas
penumbras, rendas
o peso “sem perdão”
Mosaicos firmemente recordados
lugares sitiados
onde nos perdemos.
Lou Vilela
* poema revisado em 07/12/12.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Drummond ando Raimundo
Ao poeta, publicitário e jornalista Raimundo de Moraes.

Enquanto há chama, Raimundo,
nós poetas sabemos
o quanto nos vale a poesia:
nomes, rimas, conhaques -
sol e lua sobre tudo;
H2O [dis.soluções];
A
..........B
....................ISMOS:
vasto mundo.
Lou Vilela
* Olha a confusão: o poema ‘mistura’ Drummond e Gianastácio - em seu estudo sobre o sufixo –ismo, dentre outras referências, para prestar uma homenagem ao poeta, publicitário e jornalista Raimundo de Moraes.
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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Capela em tarde ser
Cantavam as vozes
Marulho dos ventos
Van Gogh de pontes
Sobre girassóis
Capitulavam o tempo
Fadado em buscas
Contidas em versos
Quiçá rouxinóis
Lou Vilela
* Desconheço a autoria da imagem.
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sábado, 25 de fevereiro de 2012
Poema sem título IV

Arte Fátima Queiroz
Acabara de submergir,
mais um poema!
um quase
mundo independente
tão necessário quanto vulgar
: seu caviar,
feijão com arroz.
Lou Vilela
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Para Luciana Lima
O ouro refletia em suas mãos
Tratava ampla ferida
Por ir além, bem além
Do que aprendera em livros
ARS MEDICINA
Lou Vilela
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Epitáfio
Imagem: http://pejot.cgsociety.org/art/painter-photoshop-seed-nudity-2d-224289
houve um tempo que a sombra apascentava
que o fruto era farto doce
que as raízes desafiavam os ventos
arbusto sobre.tudo agua(rda)va em silêncio
brotos rebentos de frutos
apodrecidos
hoje solo semente
Lou Vilela
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Convite
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Olá, caríssimos! Recebam o convite do nosso colega Paulo Bettanin, editor do 'Urbanascidades' e do 'Urbanasvariedades':
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"O modo long-play do Urbanascidades, desde 02.02.2012.
Blog cultural de produção coletiva. Seja um colaborador enviando artigos, crônicas, poemas, contos, ensaios e qualquer outro tipo de manifestação artística literária. Não avaliamos ou censuramos textos, a anarquia e a contestação são incentivadas, dentro do politicamente correto. Discriminações, agressões, palavrões e outros "ões" ofensivos não serão aceitos.
Por que Long Play? Versão mais "cool", para ser saboreada ao som de um "smooth jazz", com textos que aprofundam os temas tratados no Urbanascidades, para Urbanautas que tem um tempinho a mais.
Envie as suas produções para urbanascidades@gmail.com."
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Um grande abraço a todos,
Lou
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Divisa III
Imagem Fátima Queiroz
Vi olhares se multiplicarem,
eram luzes coloridas
apontando caminhos:
eu estava nas nuvens.
sábado, 31 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Demasiado humano
Arte: Fátima Queiroz
Atrozes, os lobos se manifestaram,
Devoraram-me a poesia.
Esperança! – insisti,
Mas aqueles olhos crestam
O verbo, os sinos, as pontes.
Lou Vilela
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Poesia fractal
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Enredada
toda ‘fome’ é sacana
buraco no olho
teia de aranha.
toda ‘fome’ é sacana
buraco no olho
teia de aranha.
Lou Vilela
João Cabral
Parte de ti me escapa
Outra parte me embucha.
Lou Vilela
Parte de ti me escapa
Outra parte me embucha.
Lou Vilela
Poema sem título III
Madura teu gosto de fruto
Em meus olhos sapotis.
Lou Vilela
Madura teu gosto de fruto
Em meus olhos sapotis.
Lou Vilela
Divisa
Era hora do rush
De sonho maduro
Raiz na parede
Lou Vilela
Era hora do rush
De sonho maduro
Raiz na parede
Lou Vilela
Divisa II
Era o prato, a brisa, a tez
E uma vida roubada.
Era o prato, a brisa, a tez
E uma vida roubada.
Era o canto, a dança, a vez
E nenhuma culpa.
Lou Vilela
E nenhuma culpa.
Lou Vilela
* Imagens: Fátima Queiroz
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Aos passantes:
Espero que tenham tido um Natal feliz e iluminado! ;)
Infelizmente, ainda não consigo responder a todos os comentários/e-mails, nem sequer retribuir as visitas, mas alegra-me cada qual em seu modo, inclusive, os de passos mansos e olhares silenciosos.
Um grande abraço para todos,
Lou
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Caranguejo em rede
Corda de caranguejo, por Marcus Sampaio
Sob a cama de mangue
O caranguejo arisco
Faz da poesia seu vício
Antes de ir pra panela
O vai e vem da maré
Seu menstrual ciclo
Inunda as mãos massapê
Planta no pé precipício
Imprime folha e cheiro
Ecossistema à deriva
Carregado em corda
Lou Vilela
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Pedra de amolar
Mulher nua dorso fase III - Raquel de Melo
De tão afiada, a faca
Esculpe o dorso
De tão afiada, à míngua
A língua enquanto faca
Mói o osso
Lou Vilela
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terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Outro (a)mar
Desconheço a autoria da imagem.
Quando terra, lua, ar
Navego-te oceano
Em barco de papel
Ancorado na estante.
Lou Vilela
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domingo, 11 de dezembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Prismático
Arte: Fátima Queiroz
São vagas as impressões
de onde olho:
um projeto girassol
em sombras de parede;
um lastro poema
de ouvido.
Lou Vilela
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domingo, 27 de novembro de 2011
Soul
Para Ray Charles
Ray Charles, by Junior Beéfierr
I
Os lábios selaram a despedida
não pôde ficar
,entre vãos,
retido.
II
Aquela porta para a estrada
[num quase nada]
cumpria o papel:
liberdade! liberdade!
III
Carregava no peito o desassossego;
nos olhos, todas as luas.
IV
A casa da infância
sorria, desdentada,
corroída pelo tempo
sem implante.
V
As letras, arabescos, serpentinas,
transitavam carnavalescas.
VI
O tempo, alforria e esteio.
Lou Vilela
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domingo, 13 de novembro de 2011
Discriminada
Imagem extraída daqui.
toca-se a língua
meio morna, meio lenta
meia larva
incoerenteMente
re par ti da
Lou Vilela
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Bela luna
Faz das ruas um palco;
da plateia, gato e sapato;
das pedras, querubins.
Irrompe noites em rima.
Quando cheia, pantomima;
parece, vai explodir.
Lou Vilela
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sábado, 5 de novembro de 2011
Calendário
À Daniela Delias, por seu 'Calendário Poético' e outros tantos.
J. Anderson
equilibro junhos, ajusto
ardo dezembros de fênix
todo janeiro estreio.
Lou Vilela
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Fin(c)ados
Da série raízes aéreas, de Laura Gorski.
Alguns, na saída,
nem sequer se despediram:
até hoje, é como se fossem retornar
sem prévio aviso
para o almoço.
Lou Vilela
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