sexta-feira, 15 de abril de 2011

Resta

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Da fome do bicho homem
um buraco que nos come.

Lou Vilela




* Criado para uma arte de Fátima Queiroz (ainda inédita).

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Revista Perspectivas - Março

 

As mil faces de Eva


Edição                          Produção
Lunna Guedes              Estação zero

Conteúdo.
Contos.
Elas - Suzana Guimarães
Perfume da Noite - Ricardo Novais

Poesia

Ela por elas
Letícia Alves, Luciana Nepomuceno, Lunna Guedes, Madalena Barranco,
Sandra Cajado, Suzana Martins, Tatiana Kielberman e Wania Victória.

Matérias

- as Marias, simplesmente poesia
- Inspire-se na noite - essa presença feminina
- Com as proprias mãos (literatura feminina)

Está no ar, acesse e boa leitura:

http://www.bookess.com/read/7907-revista-perspectivas-marco/

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Massa atônita

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Simulação do comportamento dos buracos negros, estrelas 
e nuvens de gás após o Big Bang. Imagem copiada daqui.


Eram os ossos malabares
De vidas sem ensaio
De corpos sem refrão.

Eram poços os olhares
Atômicos.

Lou Vilela
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quinta-feira, 31 de março de 2011

O bonde

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O último bonde, Sandra Nunes




O tempo impreciso, necessário
Anda às voltas – turbilhão;

Deixa rastro de estrelas
Todas idas nalgum bonde
Caleidoscópica estação.

As cidades iluminadas
Mais parecem lá do alto
Liturgia, profissão;

Arrebentam todo dia
Os que acordam em romaria:
Bando de arribação.

Ecoam pelo sagrado
Medos, martírios, brinquedos
Marionetes de colisão:

Há na fugacidade
Uma gente dissonante
Passos simples, claudicantes
Que se vinca em contramão.

Lou Vilela



* Ainda estão tentando me consertar, por isso a ausência. ;-) Um forte abraço a todos!

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sexta-feira, 18 de março de 2011

Sistemático

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Roswell, acrilico e massa de cristais sobre tela  


Vimos alguns planos fugirem
De mãos dadas com o silêncio
Outros, mortos, renascerem
Sob essa égide severa, sagaz
Teoria empossada pelos cotovelos
De uma mudez temporal que filtra
E submete-se, esfolada, em crosta.

Lou Vilela
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quinta-feira, 17 de março de 2011

Sobre luas e sóis

 Endereço da imagem: http://simplesana.zip.net/images/moon_sun.gif



Toda lua uiva
Todo sol espreita, em êxtase
Tamanha insensa.tez
Todo sol brilha
Toda lua cega, insana
Tamanha lucidez.


Lou Vilela


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Olá, pessoas queridas! Agradeço pelas mensagens enviadas, pela atenção e  pelo carinho dispensados. Estou bem e retomando a rotina aos pouquinhos. ;)

Um grande abraço,
Lou

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domingo, 13 de março de 2011

Frida Kahlo

* Para o vídeo em homenagem à Frida Kahlo.

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Poesia visual

Clique na imagem para ampliar.



* Em homenagem ao blog O Gato da Odete.
** Arte digital e texto: Lou Vilela.

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sexta-feira, 11 de março de 2011

Fluidez



Acordei com o sal da palavra.
Logo hoje, dia de deslembrar,
Invade-me traçado
Um corpoema.

Acordei com o sal da palavra.
Toda a metáfora liquefeita
Entre os vãos 
De minhas coxas,
Vontade de escorrer
Sem margens.

Lou Vilela
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sábado, 5 de março de 2011

Prelúdio para a salvação II

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Eggcubism multiple, por Enno de Kroon


Não à discordância de dias
Errantes em uma existência
Pousaríamos certezas
Que não temos.
Antes, açoite - risco:
Iniludível mundo amorfo 
A se/nos desvendar.

Lou Vilela



* Antecipei algumas homenagens, pois estarei ausente por uns dias (possivelmente, ainda aparecerei durante o carnaval; depois, devo me afastar em decorrência de uma cirurgia).

** O poema anterior homenageia a mulher. Este, foi feito em comemoração ao dia nacional da poesia (14/03); também, meu dia de comemorar "primaveras". :))

*** Quem quiser conhecer o primeiro prelúdio, é só clicar aqui

Um beijo a todos!


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quinta-feira, 3 de março de 2011

Do falo à fala

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Tela de Vicente do Rego Monteiro


Meio loucas, meio santas
Rimam alternância
                            Lua
                                Sol

Meio putas, meio mantras
Freud em si
                    Menor
                             Bemol

Da penumbra à(o) Alvorada
Fiam rapadura
        Dão a cara à tapa
                  Parem rouxinol


Lou Vilela


* Minha homenagem às mulheres - hoje e sempre!
** Desejo a todos um excelente "feriado de carnaval"!

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terça-feira, 1 de março de 2011

Fator contramão

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Tela Ismael Nery



Sente-se o (a)mar, a ressaca
O olho gemente
Ungidos serões

Sente-se o toque, o afago
O beijo arpoado
Bramidos, senões

Sente-se o ventre – mergulho
Rodopio obtuso
Bordado à mão

Sente-se, cálice, beba
Latino, poente
Fator contramão

Lou Vilela


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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

alguns passos...

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Olá a todos!

Para quem gosta de contos, hoje estou no Maria Clara com o texto "Orgia". Pois é, de vez em quando enveredo  por outros gêneros textuais (de forma arredia) . rsrs

Mais uma vez tem texto meu no site da Editora da Tribo. - Coisa boa! ;) Para prestigiar  um dos poetas com o seu voto, é só clicar aqui

Um grande abraço,
Lou
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Poema para encontros

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´
 



E assim acentua-se
Cada passo:
Uns largos, outros lassos...
Nós
Enlaçados
Noutro espaço:
Gigantes!

Lou Vilela




* À querida poetisa Elza Fraga. O poema surgiu de uma conversa nossa no facebook.
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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

(Re)fluxo

Arte Fátima Queiroz


A palavra almeja, conquista
Ignora a lei da usura
Estampa nas caras, tritura
Apolos, apelos, a cura
A palavra mistura – recicla
Língua aguerrida
Curita
Traspassa o globo, cultu(r)a
Cega de um olho
Orbita
A palavra irrompe, esquerdista
(Des)conserta  sob auspício
Saliva, veneno de cobra
Refaz-se soro ofídico
A palavra impõe-se laço
Margeia, forja Spaço
Mergulha, cabe-se abismo
Fogueia, cumpre-se ato
A palavra lambe (e-)mundos
(Re)fluxo, expande segundo
Corrompe flores de aço
Cavalga até moribundo
A palavra pppppulsa.

Lou Vilela
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Gondoleiro do amor

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Silêncio2, foto do baiano Adenor Gondim.  
 Comunidade Quilombola, Rio Trombetas - Pará. 
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Gondoleiro do amor

Singram, poeta d'outrora,
Tuas cores: (a)mares, amoras.

Lou Vilela



* Em reverência ao poeta Castro Alves.

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Zonas baixas*

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Traduza-me num tango
Maldito
Sela-me a boca

O não dito escorra
Falo entre coxas

Lou Vilela






* "O Tango nasceu nos fins do século XIX derivado das misturas entre as formas musicais dos imigrantes italianos e espanhóis, dos crioulos descendentes dos conquistadores espanhóis que já habitavam os pampas e de um tipo de batuque dos negros chamado "Candombe". Há indícios de influência da "Habanera" cubana e do "Tango Andaluz". O Tango nasceu como expressão folclórica das populações pobres, oriundas de todas aquelas origens, que se misturavam nos subúrbios da crescente Buenos Aires". (Disponível em http://tangobh.br.tripod.com/historiatango.htm. Acesso em 16/02/11. Grifo nosso.)


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domingo, 13 de fevereiro de 2011

À procura da poesia

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Amontoei palavras.

Passado o tempo, a(r)risco:
Subtraio sentimento
Imprimo pretenso olhar universal.

Enceno melodia, conceito
(des)Construo, dantesco
Um ou outro ritual.

Sou isto, aquilo
Filho de cada
Loucura, exílio;

Ponto, partida, porrada
Soma, resto
Bosta, quase nada:

Palavras
Amontoadas palavras
Nada a mais.

Não, não tenho a chave.

Lou Vilela

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* Em intertextualidade ao poema “Procura da poesia”, de Carlos Drummond.

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sábado, 12 de fevereiro de 2011

À queima-roupa

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Francisco de Goya, Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808.


Na expressão de um Goya
o teu/meu retrato:

um tiro escapou
certeiro.

Lou Vilela

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Na lonjura de um poema



Gostava da seiva, teu corpo 
arvorecido onde o sol 
em areia crepitava.

Lou Vilela



* Poesia para os pequenos grandes seres: "Ritmos e rimas".

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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Cartesiano

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M. C. EscherDrawing hands



caducam metáforas
e seus dedos longos
horas pintam

branco no preto
às mãos excitam
e movem

Lou Vilela

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Preto e branco

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Clique na imagem para ampliá-la.


* Escrito em intertextualidade ao poema "Rostos - modos de criar retratos (13)", do artista plástico e poeta Marco Antônio Soares da Costa (Marcantonio).

** Arte sobre fotografia, Lou Vilela. Imagem original "Por-do-Sol no sertão", de Kalila Pinto.

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Nada cala

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Maria Rafael - O Som do Silêncio 1, acrílico e óleo sobre tela



Porque calas a sede
Já te denunciam
Trôpegos passos.

Subjugas (su)jeito
mudo.

Lou Vilela
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Discurso da carne

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entre as pernas, o ópio
(insana paixão);
no corpo, lilases.

na cama, o silêncio:
ressaca, um molho
de chaves.

a trama arrebenta
[união sem placenta]
discurso da carne.




“Homicídios de mulheres fazem parte da realidade e do imaginário brasileiro há séculos, como mostra variada literatura [...]. Depois de trinta anos de feminismo, que impôs à sociedade o "quem ama não mata" como repulsa ao assassinato justificado pelo "matar por amor" e de consistentes mudanças na posição socioeconômica e nos valores relativos à relação homem x mulher, como explicar que crimes de gênero continuem a ocorrer?” (Blay, Eva Alterman. MULHER, MULHERES: Violência contra a mulher e políticas públicas.  SciELO  Brazil. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000300006. Acesso em 31/01/11).

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

No fundo, o mar é azul

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Cantarei o mar,
talvez me acalme;
ou trave uma luta
com o anzol
(nem sempre se sai ileso).

Cantarei o mar,
talvez alarde;
ou silencie na paisagem:
pedra úmida, coral.

Cantarei o mar,
ele é azul.

Lou Vilela

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