domingo, 31 de janeiro de 2010

False.ando

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“quando não encontrava aquilo de que precisava, tive de procurá-lo
para mim próprio com engenhosidade, falsificando-o devidamente, 
inventando-o devidamente (e que outra coisa jamais fizeram os 
poetas? E para que serviria toda a arte deste mundo?).“ 

Nietzsche



Procurar procurar procurar...
A vida, um eterno inventar.

Invencionice o eu tu.
Invencionice o(s) nós.
Invencionice o tempo.


Lou Vilela


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sábado, 30 de janeiro de 2010

Sino dos ventos



Furacão Katrina
Imagem encontrada na internet sem identificação de autoria.




a Iago

Uma safra de linguagem
recria intenções
completa caminhos.

Jovem impertinente
revela-se desatada
vontade de ser vento
força de girar furacões.

- A estação mal
me cabe brisa.


 Lou Vilela

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Caput

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Percebes algo desconexo?

Beijo, amplexo... podem esperar
- palavra não!

Na urgência, refaz-se caminhos
cancioneiros d’alma,

desdobrados
- alheios borbotões...,

tudo o que silencia
à guisa de interpelações.

Percebes algo desconexo?
O pensamento à procura da forma...


Lou Vilela

 


* Tem novidade no "Ritmos e rimas".

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Quem sou?

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Quem sou?
(Lou Vilela) 

Às vezes loucura, em outras razão...
Sonho e pesadelo velados.
Visto-me de ilusão e realidade,
ando pelas sarjetas da sociedade
- daquela em que ébria, tombo pelas calçadas
e da outra em que me sirvo com talheres de prata.
Vou do céu ao inferno em frações de segundos.
Sou luz e escuridão.
Fragmentos de vida.
Porção que cura e que mata.
Segredo exposto.
O prazer do orgasmo!
Vivo no meio de putas e donzelas.
Deito-me com qualquer um
que me faça doce ou amarga.
Sou grito sem som, sou substancial.
Caminhos imbricados, pura magia...
Sou aquela a quem denominam simplesmente poesia!



* Texto republicado.


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domingo, 24 de janeiro de 2010

Moribundo

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Moribundo
(Lou Vilela)

Aqui, um mortal
[e os seus pecados];
algures, O Crucificado
- ambos velam o poema
                         [encantado.

Manda.mente:
bebam deste cálice
de não emudecer preces
- améem!



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sábado, 23 de janeiro de 2010

Remoinho poético

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Remoinho poético
(Lou Vilela)


Percorrem os dedos trépidos
sem-nomes, confins.

Às pedras, cOnToRnOs dialéticos;
às flores, aromas ciganos.

Da gênese ao apogeu,
gozo e poiesis.



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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Escusas

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Escusas
(Lou Vilela)

ouvi teu chamado
- uma prece –

que reza entre lábios,
saudades

daquilo que se perdeu:
desejo entre coxas, singrado.

nu(m)a negra paixão
atormentada de luas

assim rumarei
à tua prece salgada.



* Poema publicado no Gato da Odete.



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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Olhares

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o que me (im)pulsa:
esta fome de horizontes.







Por-do-sol na Praia do Jacaré - PB 
ao som do Bolero de Ravel (executado por Jurandy do Sax)
por Lou Vilela



* Câmara doméstica. ;)
** Caiu no Balaio, Passa para conhecer o espaço - vale a pena!

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Terramar

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Foto: Yves Lorson




meu tempo, de fi(n)car;
o teu, de nadar infinitudes...


preciso, o silêncio de meus versos: alimento.
de alento, um teu caminho corpo
- mil noites de sonhar.


Lou Vilela


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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Notas breves

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Clandestina

a(s)sombra sem hora
leva-me em pedaços

- deixo o rastro.


Deslize


cheirar a relva
sentir a terra
en.costas nuas.


Pássaros


engaiolados
por mais que cantem
parecem empalhados.

Humano

indefinível...
para os outros?
o visível.


Crianças crescidas


choram saudades...
a inocência,
o tempo levou.








Lou Vilela



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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Hipnos

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Alguns travesseiros contêm
gansos; vários, cimento.
A cidade dorme...

Lou Vilela

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Iluminado

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 (Além da estética do palhaço.)




Um mundo de possibilidades
cerceadas...

Cárcere, trocou o (in)visível
pelo palatável: explodiu!
linguando cavernas.



Lou Vilela

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domingo, 10 de janeiro de 2010

Catarse

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Blues Club, Steve Underwood



Ao longe, ouvia-se o blues...
Uma folha sangrava (im)pulsos
: escrever salva.

Lou Vilela



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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O escritor e o fio

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Pigmaleão e Galatéia, Jean-Léon Gérôme


 

Era ele um Pigmaleão moderno
a “linguá-la”, desejando um gozo vital.
Ela, alucinógeno em cálice de luxúria.
 

Despertei sobre a folha amassada:
sonhar-te ins.pira.


Lou Vilela

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Tessitura

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1. "Viajar bruto é transcender o espaço físico para o espaço sensorial."
2. "Sempre achei a poesia muito mais próxima da música que da literatura."
(Viajando Bruto, Nina Rizzi)


a música que nos é tolhida,
quiçá a mais bela
porque não tocada [sentida],
faz-nos desejo – vibração.

as cordas cantam o enigma...
num sopro, cria o poeta.
(re)percutindo, segue a poesia.

 
Lou Vilela
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Marco

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Marco Zero, Praça do Arsenal - Por AV





Entre o instante e o infinito
de meus olhos há um marco
: Recife in blue






 Por Lou Vilela

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domingo, 3 de janeiro de 2010

SitiAndo

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a André


Na Cova da Onça*
há riacho, bambuzais,
cajueiros, outros troncos,
ruma de animais.

Aqui, mon amour, as auroras
possuem chinelos dourados...
o cheiro da mata pulula
silêncios de pontes.


Lou Vilela





* Área de rara beleza natural localizada na Região Metropolitana do Recife.



sábado, 2 de janeiro de 2010

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Universos infantis

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Ela queria uma boneca:
foi uma menina boazinha.

- No céu, mais uma estrela.



Lou Vilela

 


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Princípio IX da Declaração Universal dos Direitos da Criança:


"A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração. Não será objeto de nenhum tipo de tráfico".

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