quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pedaço mastigado

.

-->
Quando me defino
sou  passado,
rio percorrido,
pedaço mastigado.
No hoje transbordo,
rumino e me estranho.
Lou Vilela
.

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara" *

.
(Uma réplica da última postagem que fiz no blog 
Maria Clara: simplesmente poesia, em 21/06/10.)


Exploding Clock - Salvador Dali

 
Ao passante

Implacável o tempo sobre todos
os nomes. Fazer dele uma arte
espanto, extensão...

Lou Vilela

Imortal

Corta, perfura, remenda...
Da emoção, nasce o poema
No caos, morre o poeta.
Fim do primeiro ato!

Corta, perfura, remenda...
A cada poema,
Renasce do caos, o poeta.
Fim do segundo ato!

Corta, perfura, remenda...
Imortal é o poema,
A alma do poeta
Fim do espetáculo!

Lou Vilela



* Citação no título: José Saramago.
.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Importante

Olá, meus queridos!

Sempre fico muito feliz com a presença de cada um de vocês. ;) Obrigada pelo carinho e pela consideração!

Imagino que a maioria esteja acompanhando pelos jornais as consequências das fortes chuvas nos estados de AL e PE. É muito triste observar o sofrimento de tantas famílias. O sentimento é de impotência. 

Pelo exposto, solicito que auxiliem no que for possível - doações, divulgação, etc. Há locais completamente destruídos, onde falta, inclusive, água potável.

As ajudas podem ser encaminhadas para: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2010/06/veja-como-ajudar-vitimas-da-chuva.html, dentre tantos outros locais que estão sendo divulgados pelos canais de comunicação.

Agradeço pela atenção dispensada! Um grande abraço,

Lou

segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Maria, Maria mistura a dor e a alegria..."

.
Caros amigos e leitores,

Hoje, estou no 'Maria Clara: simplesmente poesia'. Para ler, é só clicar aqui.

Uma boa semana para todos! Beijos,
Lou
.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

miauuu...

.
Caros amigos, 

Postei hoje n'O Gato da Odete. O poema não é inédito, mas quem quiser reler é só clicar aqui.

Beijos,
Lou
.

domingo, 13 de junho de 2010

Cartesiano II

.
Escrevo,
logo insisto

: doa-se pele
frascopoema
avulso.

Lou Vilela

.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Além da pele

...

À poetisa Lara Amaral


Trago marcas indeléveis
do que me abocanha
e me alonga.

Porque não sou inteira,
nem deserto.


Lou Vilela



Larinha, consolido, em poema, o meu agradecimento à linda homenagem que me prestou. Beijos!


.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pulgas de concreto






Urbano 6, by Iara Abreu


Urinavam-se mutuamente para demarcar
território: eram cães que rosnavam no
asfalto farejando as próprias mortes.

Lou Vilela
in histórias (re)inventadas
.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dialogando com Miró


 Quatro horas e um minuto


Quatro horas
Quatro ônibus levando vinte e quatro pessoas
Tristonhas e solitárias

Quatro horas e um minuto
Acendi um cigarro e a cidade pegou fogo.

Cinco horas Cinco soldados espancando cinco pivetes
Filhos sem pai
E órfãos de pão

Cinco horas e um minuto
Urinei na ponte e inundei a cidade
Sei horas
O Recife reza
E eu voando pra ver Maria


Sob a ponte
(Lou Vilela)

Esperei na ponte
o Capibaribe passar
desviei de curso
cantei toadas ao luar...

Passou a menina com a cara borrada
o bêbado o assaltante
a fome a miséria
fezes misturadas aos sonhos.

Anoiteci espanto!

Tudo me pareceu assustadoramente tão belo
: a lua a coruja o canto a mortalha
até os cravos amarelos.

Estava inundada!



* Texto originalmente publicado em 14/10/09. 
** Imagem de arquivo pessoal - VII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco.




Entrelinhas



Não era tátil o que sentia:
lia o movimento a cor
o ritmo o tom...
Plausível loucura!

Na abstração
alumbramento e tormento
...

Não era tátil o que sentia
apesar de poeta
apesar da poesia.

Lou Vilela
.

* Publicado originalmente em 26/08/09.

sábado, 5 de junho de 2010

O voo de um pássaro

O amigo e poeta Fouad Talal inundou-me com a sua poesia. Confiram em seu blog "Versos de cor", espaço que recomendo, a bela homenagem que recebi.

Abraços a todos,
Lou

Mensageiro dos ventos

.
Catavento, de Luciana Teruz (Brasil 1961)


.
vem pulsar uma viola sob
noite enluarada,
ouvir grilos, vagar lume?

há dias em que até as pedras
cantam poemas: a natureza
explode em exuberância!

e o poeta (in)venta
: faz da pena um moinho.

Lou Vilela
.


* Você poderá encontrar este e outros poemas para o público infantojuvenil no blog 'Ritmos e rimas'.
.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Colheita

.

Mary Magdalene in the Grotto by Jules-Joseph Lefebvre - 1876.




Abraça-lhe o orvalho
em carícias úmidas

Enquanto há tempo
[a terra ainda é fértil]
semeia flores
[pau sa das dores]
num jardim de lágrimas


Lou Vilela



* Originalmente publicado em abril/09.


.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Simbiose

.
em terra seca
de ninguém
sou nada
imprescindo d’água
e na face inundada
provo das gentes

meu sertão..., mal cabe na garganta:
as gentes, escorrem-me pelos dedos

Lou Vilela


* Publicado originalmente em dez/08.

.