em cura,
em surto.
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Logo eu — pronta a suportar,
a oferecer um ombro, um abraço, uma escuta,
a me desdobrar —
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precisei, eu mesma,
recalcular:
o tempo,
o espaço,
o ser.
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Urge a vida a se mover.
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Calo,
e o silêncio ecoa
em paredes tão próprias
e já definidas.
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Quisera eu assim.
Mas nada é para sempre —
nem as paredes.
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Calo,
e o silêncio reverbera.
Já não há mais paredes.
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Há algo orgânico,
amorfo,
assíncrono.
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Há passado,
presente,
desejo —
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um relicário que carrego
pra não esquecer.
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Mas, para ser,
há de se morrer mil vezes.
Desreconhecer.
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Luto(s): do outro, de si, do status quo.
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— Lou Vilela