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Miguel Gilbert.2007 - Museu de Bilbao.Espanha
Entre almas penadas
vaguei, arrastando correntes...
O verbo, canto solene,
a pena, meu instrumento.
Ouvi lamento do cárcere,
gemidos ao bailar do vento,
o grito abafado no açoite,
o ódio rangendo nos dentes.
A mistura rubro-negra
do sangue correndo na carne
coroou a tese racista
que impôs a barbárie.
Na imensa capilaridade da ignorância
- apesar das leis outorgadas -
perpetua-se mensagens subliminares,
reforça-se a discriminação velada.
Lou Vilela
* Texto republicado.
** Azulão: pássaro.
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11 comentários:
É d'alma.
ouvem-se os martírios em palavras que não querem calar. cheiro
Um poema de nunca esquecer. Em vermelho - as palavras escorreram no corpo do poema. Belíssimo, Lou.
P.S.
Adorei te ver, nítidamente bela na nova imagem do perfil.
É da ignorância deixar que o sangue escorra, sangue que corre em todos, da mesma cor rubra.
Lou, sempre impecável.
Beijos.
ah, menina lou, também são meus os prantos dos filhos da minha mãe áfrica. bela canção.
um beijo.
há que apontar, protestar, gritar e... jamais capitular.
um beijinho!
é sempre bom quando através da poesia se faz possível dar visibilidade há certos "cantos" escondidos!
Abraço
Lindo, Lou!
Daqueles que não deixa em paz certas almas!
Beijos
Mirse
Intenso! Gostei demais, Lou. Beijo.
É mesmo inexplicável ainda hoje essa dor repetida, que continua em discriminação e preconceito.
Um beijo pelo poema, Lou.
Verdades que voce descreve com carinho e sinceridade amei o teu poema lindo , tenha um belo dia, bjs !!!
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